• Carregando...
Seca quebra safra paranaense e prejuízo chega a R$ 25,6 bilhões.
Seca quebra safra paranaense e prejuízo chega a R$ 25,6 bilhões.| Foto: Departamento de Comunicação do Sistema FAEP/SENAR-PR

O prejuízo com a quebra da safra paranaense provocada pela longa estiagem está aumentando e já chega a R$ 25,6 bilhões, considerando apenas as principais lavouras – soja, milho e feijão. Na soja, a quebra em média no estado é de 39%; no milho, 36%; e no feijão, 30%. Na região Oeste, a situação é mais crítica, chegando a 60% de perda. Os dados são do Departamento de Economia Rural, da Secretaria da Agricultura. A situação levou o governo do Paraná a pedir ajuda ao governo federal.

Cadastre-se e receba as principais notícias do Paraná pelo WhatsApp

Um documento assinado pelo secretário da Agricultura, Norberto Ortigara, foi encaminhado na última terça-feira (18), à ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina. Os principais pedidos são: auxílio emergencial para que os agricultores possam liquidar dívidas, linha emergencial de crédito de custeio para plantio da segunda safra de milho, mais agilidade nas vistorias para análise e liberação das áreas para plantio e do seguro rural e distribuição de sementes para os agricultores que não têm condições de adquirir ou produzir a semente para o plantio da nova safra.

O documento foi elaborado em conjunto pela Secretaria da Agricultura, Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) e entidades representativas dos produtores rurais - Sistema Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Federação da Agricultura do Paraná (Faep) e Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Paraná (Fetaep).

Em âmbito estadual, algumas medidas já foram tomadas, como a subvenção de juros para alguns investimentos e o fornecimento de capital para as mais de 170 cooperativas da agricultura familiar. “No entanto, essas ações são insuficientes frente aos estragos causados pela estiagem”, diz o documento encaminhado ao ministério.

A ministra da Agricultura visitou a região Oeste do Estado no dia 13 de janeiro para conferir os efeitos da seca. A região é a mais afetada pela estiagem. A expectativa é que nos próximos dias o Ministério da Agricultura anuncie medidas para socorrer os agricultores, atendendo as reivindicações do governo do estado e das entidades representativas do setor.

Municípios precisam declarar situação de emergência, alerta Ocepar

O presidente da Ocepar, José Roberto Ricken, alerta os prefeitos dos municípios afetados pela seca para que declarem situação de emergência. “Até agora, cerca de 40 declararam, mas pelo menos 160 municípios do Oeste e Sudoeste estão nessa situação e devem tomar as providências necessárias”, observa Ricken.

Segundo ele, ao declarar situação de emergência os municípios afetados reforçam o pleito que está sendo feito pelo governo do estado e pelas entidades junto ao governo federal. “Alguns municípios não estão atentos a isso e a medida é muito importante nesse momento”, reforça.

Para o presidente da Ocepar, o socorro tem que vir agora para garantir o plantio da segunda safra de milho e minimizar a perda que ocorreu na primeira safra. “Temos que plantar essa segunda safra o quanto antes para fugir da geada no desenvolvimento da planta, o que acarretaria uma nova quebra de produção”, alerta.

A importância de se garantir uma boa produção de milho se deve principalmente à necessidade de fornecimento do insumo para as fábricas de ração que abastecem as granjas de frangos e suínos e a criação de gado, garantindo a produção de carnes. “Sem milho suficiente, essa produção ficará comprometida”, observa Ricken.

Além da situação de crise hídrica e escassez de chuvas que persiste desde meados de 2019, a situação se agravou na atual safra de verão com temperaturas tanto ambiente quanto do solo muito elevadas, o que tem ocasionado as grandes perdas, segundo os técnicos.

Perdas são cada vez maiores, especialmente no Oeste

Nos 23 municípios da área de abrangência da Cooperativa Coopavel, no Oeste e Sudoeste do Paraná, o prejuízo com a seca que nos primeiros dias do ano estava em R$ 2,6 bilhões, já chega agora a R$ 6 bilhões, sendo R$ 5 bilhões na soja e R$ 1 bilhão no milho. Nas duas lavouras, a quebra na produção é de 60%.

Segundo a cooperativa, os sojicultores estão colhendo, em média, 25 sacas por hectare. O normal seria colher 65 sacas. No caso do milho, em condições normais seriam colhidas 180 sacas por hectare e esse ano a lavoura está rendendo apenas 80 sacas. “A falta de chuva, principalmente em dezembro, foi a maior responsável pelo cenário de quebra no campo”, informa a cooperativa.

A C.Vale Cooperativa Agroindustrial, de Palotina, também contabiliza 60% de perdas nas lavouras em sua região de abrangência. O vice-presidente da cooperativa, Ademar Pedron, aproveitou a visita da ministra à região para entregar também um documento com reivindicações. Entre os pedidos estão a prorrogação das parcelas de custeio e investimento e a liberação de crédito para as cooperativas poderem prorrogar as contas dos associados.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]