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coletiva Traiano
Traiano respondeu que fez o que é permitido por lei ao ser questionado sobre acordo para se livrar de processo por corrupção| Foto: Orlando Kissner/Alep

O presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Ademar Traiano (PSD), rompeu o silêncio e falou pela primera vez sobre a confissão de negociação e recebimento de propina durante o processo de renovação do contrato da TV Icaraí, empresa do grupo J. Malucelli e responsável pelas transmissões da TV Assembleia. Nesta segunda-feira (19), a Mesa Diretora da Assembleia também confirmou o encaminhamento da representação do deputado Renato Freitas (PT) contra Traiano por quebra de decoro ao Conselho de Ética.

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Beneficiado pelo Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) com Ministério Público do Paraná (MP-PR), homologado pela Justiça, Traiano alegou que o valor de R$ 100 mil se trata de doação de campanha e ainda disse que está com a "consciência limpa" durante entrevista coletiva na segunda-feira (19). O parlamentar não havia se pronunciado sobre o assunto desde que o caso se tornou público em dezembro do ano passado.

"Eu continuo afirmando que foi uma doação de campanha, e o acordo que eu fiz é dentro da legalidade, não respondo a nenhum processo na esfera tanto do Ministério Público quanto do Tribunal de Justiça. Estou com a consciência tranquila, fiz aquilo que a lei me permitiu, estou assegurado pela lei e tudo o que se fala por aí não está em consonância com aquilo que a legislação permitiu fazer", afirmou o parlamentar durante a entrevista coletiva.

O presidente da Casa ainda se defendeu ao argumentar que o silêncio é um direito dele. "Eu não sumi. Eu continuo aqui como presidente, é um direito que eu tenho de buscar aquilo que a lei me permite fazer. Portanto, não quero discutir o assunto, pois há outros elementos e todo mundo sabe o porquê dessa delação premeditada de uma gravação criminosa feita em relação ao meu nome e era isso que eu tinha a falar", esquivou-se.

Questionado sobre as provas do caso que permanecem em segredo de Justiça, Traiano respondeu que esse também é um direito que ele tem. Apesar da publicidade do acordo, as provas da investigação por corrupção passiva seguem em segredo absoluto no Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) "É um direito que me cabe. Sou um homem público exposto e estou perante a sociedade paranaense para afirmar que não devo nada".

Independente do acordo na esfera judicial, Traiano pode ser responsabilizado em investigação por quebra de decoro parlamentar pelo Conselho de Ética. A representação do deputado Renato Freitas, feita em dezembro do ano passado, questiona a conduta do presidente da Casa por negociação de propina dentro do prédio do Legislativo.

Depois de segurar o processo, a Mesa Diretora encaminhou a representação ao Conselho de Ética na segunda-feira. Agora cabe ao presidente da comissão, Delegado Jacovós (PL), pautar a nomeação do relator do caso para início das investigações por quebra de decoro parlamentar contra Traiano.

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