Um projeto de produção de hidrogênio renovável a partir de biogás, executado pelo Laboratório de Materiais e Energias Renováveis (Labmater) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), foi selecionado em primeiro lugar em uma chamada pública da Copel. Além do projeto do Labmater, apenas outras duas iniciativas foram selecionadas entre as 71 inscritas no edital de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da companhia. Os três projetos serão financiados por 24 meses, com um orçamento total de R$ 7,6 milhões.
Receba as principais notícias do Paraná pelo WhatsApp
O coordenador do Labmater e professor do curso de Engenharia de Energia da UFPR, Helton José Alves, contou que com o investimento da Copel os pesquisadores poderão desenvolver um container que irá concentrar a tecnologia, desde o biogás até a energia elétrica gerada pelo hidrogênio. A substância, aliás, pode ser empregada de diversas formas como fonte de energia elétrica, combustível e produção de produtos químicos, a exemplo de bioquerosene, metanol e amônia.
A ideia da pesquisa é que, a partir da evolução do projeto, a iniciativa possa ser replicada em todo o país. Por estar em fase de desenvolvimento, a viabilidade econômica do modelo ainda não foi mensurada. Mas para o docente Helton José Alves, esta é uma etapa que deve ser vencida a curto prazo. “Se pensarmos nessa rota é muito competitivo e temos um baixo custo. O custo maior do hidrogênio é o transporte e armazenamento. Se conseguimos descentralizar isso, não precisa trazer o hidrogênio dos grandes centros. Isso é muito caro, pois é um gás de difícil compressão. O maior custo é o transporte”, complementou.
O projeto visa também auxiliar o período de transição energética, em que combustíveis renováveis devem, aos poucos, ocupar o espaço de seus congêneres fósseis. Por fazer parte de um objetivo global de diminuição de emissão de CO2, o uso de hidrogênio renovável tem um nível muito baixo ou quase zero de emissão.
“A partir do momento que inserimos o hidrogênio, estamos reduzindo as emissões de carbono em setores de difícil descarbonização, e substituindo por combustíveis renováveis à base de hidrogênio”, explicou o professor, confirmando que o projeto tem potencial para contribuir com a diminuição das emissões de dióxido de carbono e para a redução da importação de alguns produtos.
“Estamos com expectativa muito boa. Nesses 10 anos, investimos em várias etapas de forma separada. A expectativa é juntar tudo isso em um único equipamento para fazer o processo de forma integrada. Nós demonstramos que a rota da biomassa é viável. Como trabalhamos há muito tempo, conseguimos demonstrar em um equipamento”, afirmou o professor da UFPR.
Segurança pública: estados firmaram quase R$ 1 bi em contratos sem licitação
Franquia paranaense planeja faturar R$ 777 milhões em 2024
De café a salão de beleza, Curitiba se torna celeiro de franquias no Brasil
Eduardo Requião é alvo de operação por suspeita de fraudes em contratos da Portos do Paraná
Deixe sua opinião