Da direita para a esquerda, de cima para baixo: Naim Shaikhzadeh Santos, Andreas Cisi Ramos, Daniel Yuji Hosomi, Felipe Gabriel Brabes da Silva, Bruno Amaral Teixeira de Freitas e Bernardo Panka Archegas, integrantes da equipe “Greetings from Earth” e vencedores da categoria Impacto Global, do Nasa Space Apps Challenge.| Foto: Acervo pessoal/Bruno Amaral Teixeira de Freitas
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Dois estudantes paranaenses foram premiados em uma competição promovida pela Agência Espacial dos Estados Unidos, a Nasa, no último mês. Ao lado de outros quatro colegas do curso de Engenharia da Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Bruno Amaral Teixeira de Freitas e Bernardo Panka Archengas foram aclamados pela Nasa com o prêmio de solução com maior potencial para melhorar a vida na Terra.

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Para tanto, eles criaram, em apenas um final de semana, uma plataforma interativa chamada "Ocean gardens" ("Jardins oceânicos", em tradução livre) cujo objetivo é conscientizar sobre a importância dos oceanos na produção de oxigênio, redução dos níveis de CO2 na atmosfera e produção global de alimentos. O projeto foi desenvolvido durante o “Nasa International Space Apps Challenge”, uma maratona de programação realizada todos os anos pela agência espacial.

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“Nós ficamos praticamente ‘internados’ na faculdade. O grupo pedia comida por lá mesmo para não perder tempo e só voltávamos para casa para dormir por umas cinco horas. Foi um esforço grande, mas agora eu olho para trás e vejo que valeu a pena”, contou Freitas, coordenador do projeto, que também contou com a participação de Andreas Cisi Ramos, Naim Shaikhzadeh Santos, Felipe Gabriel Brabes da Silva e Daniel Yuji Hosomi.

Ao todo, 58 mil participantes se organizaram em 8,7 mil equipes de 152 países. Dos mais de 5,5 mil projetos apresentados, 10 receberam o reconhecimento máximo da agência espacial. Além do desafio de Impacto Galático, vencido pela equipe “Greetings from Earth” (“Saudações da Terra”, em tradução livre) formada pelos paranaenses, a Nasa premiou iniciativas nas áreas de Melhor Uso de Dados, Melhor Uso das Ciências, Arte e Tecnologia e Melhor Missão Conceitual, entre outras categorias.

Premiação concedida na categoria Impacto Global reconheceu a solução com maior potencial para melhorar a vida na Terra.| Foto: Reprodução / Nasa

Site criado pelos estudantes simula uma transmissão de dados da Terra para um planeta alienígena

O nome do projeto foi atribuído, como Freitas explicou à Gazeta do Povo, pela forma como a equipe abordou o desafio proposto pela Nasa. O foco do projeto na área escolhida pelos estudantes da Unicamp era levar o conhecimento sobre a importância global dos oceanos a habitantes de uma região isolada onde ninguém tem informação sobre o tema.

Apesar dessa falta de informações sobre os mares, lembrou a Nasa, esses habitantes imaginários se beneficiam todos os dias do oxigênio gerado pela fotossíntese marinha, do sequestro de carbono realizado por formas de vida marinha microscópicas e dos alimentos nutridos pelos ecossistemas marinhos.

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“Nós escolhemos criar uma narrativa de uma forma que à primeira vista pode parecer meio maluca. Quem abre o site do nosso projeto é convidado a entrar nesse mundo de imaginação como se fosse um alienígena do sistema planetário Trappist-1, distante quase 40 anos-luz, recebendo uma transmissão de rádio da Terra com textos, animações, e dados sobre os oceanos. É como se nós estivéssemos dando saudações da Terra para esses aliens, explicando a importância dos oceanos”, detalhou o coordenador do projeto.

Plataforma ajuda a quebrar mitos relacionados ao meio ambiente

Se por um lado a imaginação domina a experiência, com direito a um jogo interativo no qual o usuário do site precisa salvar um mergulhador usando os conhecimentos adquiridos durante a navegação na plataforma, por outro os dados presentes no projeto são bastante reais. De acordo com Freitas, a ideia foi utilizar dados da própria Nasa para reforçar a necessidade de preservação dos oceanos de uma forma mais leve e dinâmica.

“Isso ajuda a quebrar alguns mitos, como o de que a floresta amazônica é o pulmão do mundo. É uma região extremamente importante para o planeta, não há dúvidas, precisa ser preservada. Mas o grande gerador de oxigênio da Terra é o fitoplâncton, essa microalga responsável por 70% do oxigênio produzido na Terra. É um ser vivo muito frágil, e sofre as consequências das mudanças climáticas”, disse Freitas.

Plataforma criada pelos estudantes usa dados reais da Nasa.| Foto: Reprodução / Greetings From Earth

Prêmio para a equipe é uma visita à sede da Nasa, nos EUA

Não há premiação em dinheiro, explicou o coordenador do projeto. Os 10 grupos vencedores foram convidados para conhecer a sede da Nasa em Washington, nos Estados Unidos, e lá poderão compartilhar as experiências entre si e com integrantes da agência espacial. Um prêmio mais do que esperado pelo estudante curitibano.

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“É um sonho de criança. Sempre fui fascinado pelo espaço, lia muito sobre astronomia quando era pequeno. Receber esse reconhecimento da Nasa é algo espetacular, extremamente importante também para o nosso currículo. Mais do que isso, é algo que eu quando era criança jamais poderia imaginar”.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]