Uma área exclusiva para descarga ferroviária, com capacidade para recebimento diário de quase 900 vagões, deve começar a ser construída no primeiro trimestre de 2022 no porto de Paranaguá. Hoje chegam ao porto diariamente 550 vagões. O projeto Cais Leste, conhecido como ‘Moegão’, foi apresentado pela Portos do Paraná, em audiência pública realizada nesta quarta-feira (20).
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A obra prevê uma reestruturação rodoferroviária dos acessos aos terminais da região leste do porto, otimizando a capacidade de recepção de cargas em ambos os modais. O projeto vai demandar investimento público de cerca de R$ 700 milhões, além de investimentos privados que devem ser feitos pelos operadores portuários. O ‘moegão’ terá capacidade para receber 180 vagões simultaneamente em três linhas independentes e vai interligar 11 terminais.
A Portos do Paraná vai investir nas obras do eixo comum da moega ferroviária. Os terminais portuários investirão nas respectivas ligações ao ‘moegão’, viabilizando suas conexões ao novo ramal de recepção ferroviária exclusiva. “É um projeto superimportante para o porto, que começa a mudar seu olhar para o modal ferroviário”, destaca Luiz Fernando Garcia da Silva, presidente da Portos do Paraná.
Hoje, 20% do que chega ao porto vem por ferrovia e 80% por rodovia. “Se queremos ampliar a movimentação das atuais 60 milhões de toneladas para 80 milhões em 15, 20 anos, precisamos mudar isso. Com a ferrovia respondendo só por 20% não damos conta”, diz Garcia.
Atualmente, caminhões e vagões descarregam na mesma moega. A necessidade de uma estrutura exclusiva para descarga ferroviária se justifica pela expectativa de que nos próximos anos haja um grande aumento no volume de cargas chegando ao terminal paranaense pelo modal ferroviário, especialmente em função da construção da Nova Ferroeste. A estrada de ferro, que vai ligar Maracaju (MS) a Paranaguá (PR), deve começar a ser construída em 2022 e ser concluída em 2029.
É esperada também a renovação da concessão por mais 30 anos da Malha Sul, ferrovia de 7.223 quilômetros de extensão, que atravessa os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo.
Além de ampliar a capacidade de recebimento e agilizar a operação de descarga, a nova estrutura vai reduzir o impacto do porto na cidade. Hoje para cada operação a composição ferroviária precisa ser desmembrada e realizar manobras, interditando algumas vias e atrapalhando o fluxo de veículos nas proximidades do terminal.
“Essas manobras podem levar de 10 minutos a 40 minutos”, diz Garcia. Segundo ele, com a nova estrutura as manobras não serão mais necessárias.
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