A Prefeitura de Maringá vai passar a oferecer aulas de Educação Financeira para toda a rede de ensino no município, pública e privada. É o Projeto Prosperar, resultado de um acordo de cooperação técnica entre a administração municipal e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), autarquia federal vinculada ao Ministério da Economia, que deve sair do papel a partir do próximo mês de maio.
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Em entrevista por telefone à Gazeta do Povo, o secretário municipal de Inovação, Aceleração Econômica, Turismo e Comunicação de Maringá, Marcos Cordiolli, explicou que o acordo foi formalizado em novembro de 2021, mas que só entrará em vigor nas próximas semanas. A partir da assinatura, caberá à Prefeitura dar início à formação dos professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental, o ponto de partida do Projeto Prosperar. Em um segundo momento, a administração vai viabilizar a impressão dos livros didáticos do programa para a distribuição nas escolas.
O modelo de parceria com a CVM é inédito no Paraná. Maringá é a única cidade do estado – e a segunda do Sul do Brasil, ao lado de Tubarão (SC) – dentro da chamada Rede de Excelência em Educação Financeira da comissão. Por lá foi instituído um Centro de Excelência do programa, assim como na cidade de João Pessoa (PB) e nos estados do Amazonas e de Minas Gerais.
A escolha se deu, segundo a CVM, porque Maringá já tem um bom histórico na área de Educação Financeira. Em 2019, destaca a comissão, foi criado o Movimento Prosperingá, “um movimento que envolveu toda a comunidade na disseminação da educação financeira como base para a criação de uma sociedade cada vez mais próspera, capaz de gerar recursos para si e para todos”. A CVM, no site oficial do programa Educação Financeira na Escola, aponta que nos dois primeiros anos o Prosperingá atingiu mais de 15 mil pessoas em Maringá e região.
“A CVM há vários anos já vem publicando materiais, fazem cursos online e trabalhos com professores. Chegou em um momento em que eles resolveram propor um programa nacional de ações Dentro deste processo, buscaram cidades parceiras no Brasil, e nós aqui em Maringá nos candidatamos a ser parceiros do CVM neste processo. Nós construímos uma ação muito bem coordenada entre a nossa secretaria, que trata dos temas de aceleração econômica e regulação econômica da cidade, entre outras ações, com o Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá, o Codem. O resultado natural foi o Projeto Prosperar”, avaliou o secretário.
O Prosperar, de acordo com Cordiolli, terá três fases. A primeira é ofertar as aulas de Educação Financeira aos estudantes desde a primeira infância até a conclusão do Ensino Médio. “As crianças”, explicou o secretário, “são agentes modificadores do seu meio. Uma vez que elas entenderem melhor a relação das pessoas com o dinheiro e tiverem uma educação financeira mais apurada, elas tenderão a modificar os hábitos das próprias famílias”.
A segunda e a terceira etapas, respectivamente, envolvem a oferta de cursos de Educação Financeira a Microempreendedores Individuais (MEI) e, por fim, ao público em geral. Segundo dados da administração municipal, em Maringá há um universo de 36 mil MEIs. “Em uma população de 135 mil pessoas é um número muito alto”, avaliou Cordiolli.
Segundo dados oficiais do município, 3.315 empresas deram baixa no alvará de funcionamento entre 2020 e 2021, os dois primeiros da pandemia de Covid-19. No mesmo período, outras 1,2 mil deixaram de atualizar os dados junto à administração municipal, o que pode significar que, apesar de ainda constarem como ativas para a Prefeitura, podem já não estar mais em funcionamento.
“Uma boa parte desses negócios são de MEIs, que embora tivessem um negócio viável e capacidade de trabalho e de ação, não tinham uma educação financeira e tributária que os permitiu lidar adequadamente com essas questões. Apesar de serem pessoas muito trabalhadoras e empreendedoras, seus negócios acabaram não prosperando”, disse o secretário.
“É esse tipo de noção que as pessoas precisam ter. Às vezes a pessoa faz um bolo muito bom, tem um bom índice de vendas, se esforça para garantir o melhor preço e economizar no processo de fabricação, mas se não tiver essa educação financeira, o negócio pode falir em pouco tempo. Se o preço de venda não for viável, ou se a pessoa não conseguir fazer a separação entre os caixas da família ou da empresa, em pouco tempo o cenário será de prejuízo. E um pouco de educação financeira pode fazer toda a diferença nesse caso”, concluiu.
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