Após acompanhar reportagens que mostravam a situação agravante da escassez de álcool em gel para profissionais de saúde que estão na linha de frente no combate ao coronavírus, o professor Fernando Molin, chefe do departamento de Química da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), decidiu que precisava usar seu conhecimento para ajudar. Desde o dia 23 de março, ele e alguns alunos estão produzindo o item nos laboratórios do curso. A iniciativa agrupou também outra instituição de ensino, a Universidade Federal do Paraná (UFPR), na "força-tarefa". O mutirão já produziu 2.800 litros, destinados a 19 instituições diversas, como hospitais, ONGs (organizações não governamentais), e sistemas de saúde de Curitiba e região.
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Para começar o projeto, o professor contou com o estoque de 80 litros de álcool etílico que tinha para as aulas, alguns insumos, e a ajuda de alunos que se interessaram em contribuir. Cinco dias depois, o departamento de Química e a Farmácia Escola da UFPR estenderam a mão para auxiliar no esforço coletivo, assim como o exército e a Defesa Civil, que entraram para fazer a distribuição dos produtos.
“Tínhamos uma previsão inicial para fazermos no máximo 400 litros, mas começamos a receber doações de insumos, assim como também passamos a ser procurados cada vez por mais sistemas de saúde, e fechamos nesta semana com quase três mil litros produzidos”, contou Molin.
A capacidade de produção do grupo formado pelas duas universidades é de dois mil litros por semana, mas apesar de terem recebido uma importante contribuição de matéria-prima de diversas empresas, os insumos já estão acabando e, com isso, a média de produção semanal tem sido de 700 litros.
“A expectativa é continuar a produção, pois sabemos que algumas instituições dependem do nosso álcool em gel. No momento temos insumos paras mais 1.000 litros e, depois disso, dependeremos de doações”, explicou.
Além das doações, o chefe de departamento está direcionando R$ 15 mil que ganhou da UTFPR como bonificação por causa de um projeto para seguir a fabricação “a todo vapor”.
Podem ser doados para a produção de álcool em gel insumos como álcool etílico, polímeros gelificantes e embalagens ( frascos de 500 ml e bombonas de 10 e 20 litros). “O momento exige um esforço comunitário. Percebemos o quanto nosso país não está preparado para situações como essa, quando sequer consegue dar conta da demanda própria. Porém, mesmo diante de tudo isso podemos ajudar: algumas pessoas ficando em casa e outras utilizando o conhecimento, por exemplo, para fazer álcool em gel e contribuir na desinfecção”, finalizou Molin.
Até o momento, a produção de álcool em gel foi destinada para os seguintes órgãos: Hospital Erasto Gaertner; Hospital Universitário Cajuru; Hospital das Clínicas; Prefeitura Municipal de Campo Magro; Santa Casa de Curitiba; Hospital do Trabalhador; Hospital Pequeno Príncipe; Asilo ABAVN de Piraquara; Hospital da Polícia Militar; Prefeitura Municipal de Reserva e Polícia Civil de Reserva; Instituto Pró-Renal; Hospital Nossa Senhora das Graças; Maternidade Mater Dei; Instituto Incanto; Instituto Anjos da Cidadania; Hospital dos Idosos Zilda Arns; Liga Brasileira de Lésbicas; Coletivo Muié e HEMEPAR.
Para fazer doações para o projeto de fabricação de álcool em gel, o contato pode ser feito direto com o professor Fernando Molin, no e-mail: fmolin@utfpr.edu.br.
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