Pela primeira vez em sua história, a Ferroeste registrará lucro operacional ao final de um ano. O balanço com os números da companhia em 2019 deve ser divulgado nesta semana, e a projeção é de que a empresa confirme um superávit de R$ 500 mil. Desde o início da operação da ferrovia, em 1996, é a primeira vez que a ferrovia não fecha um ano com prejuízo.
O resultado positivo da Ferroeste foi obtido graças ao crescimento em 50% do faturamento bruto da companhia. De R$ 20 milhões faturados em 2018, a arrecadação da empresa superou os R$ 30 milhões neste ano. A ferrovia também conseguiu um significativo incremento no volume transportado, saltando de 700 mil toneladas em 2018 para 1,1 milhão de toneladas.
“São vários fatores que levaram a esse resultado positivo. Assumimos com a missão de resgatar o trabalho da empresa, tornar ela saudável para, depois, resolver o gargalo logístico, com trabalho de longo prazo. Visitamos todos os clientes para entender sua demanda. Aprovamos um acordo trabalhista. Implementamos ferramentas de controle, tudo isso foi dando resultado, além do cenário bom no mercado estadual, com uma boa safra“, comentou o diretor-presidente da Ferroeste, André Luiz Gonçalves.
Gonçalves comenta que o resultado positivo do ano é importante para atrair investidores interessados na companhia, uma das estatais que o governo Carlos Massa Ratinho Junior pretende privatizar. “Claramente, posso falar que este resultado torna a Ferroeste mais atrativa para a iniciativa privada. Apesar do saldo positivo, o limite é esse e investimento maior só com parceria ou concessão. Claro que dá para melhorar, com algumas parcerias. Nossa ferrovia tem capacidade para 5 milhões de toneladas ano. Mas a estrutura que a Ferroeste tem hoje de pessoas, equipamentos e recursos, não permite fazer mais do que fizemos”, disse.
Necessidade de investimentos
O presidente frisou que o plano do governo de ter na ferrovia uma importante solução de logística para o estado passa por sua expansão, que só será possível com investimento privado. “O investimento que a gente precisa para resolver o gargalo logístico é muito grande. A gente transportou 1 milhão de toneladas, mas chegam no porto, 20 milhões, ou seja, a participação da ferrovia ainda é muito pequena. O governo do estado e o governo federal não têm , hoje, recursos para ampliar isso. A gente precisa pensar em projetos de longo prazo com investidores para fazer desta ferrovia uma ação transformadora de crescimento econômico e social”.
Gonçalves conta que, paralelamente, a diretoria da Ferroeste já trabalha no plano de ampliação, mediante aporte de recursos privados. “Quando assumimos a companhia, separamos em dois momentos. Um é cuidar da gestão do dia a dia da companhia, a outra é pensar para frente, como solução para o gargalo logístico. Quando gente vai fazer visão de futuro, projeto Nova Ferroeste. Estamos trabalhando na primeira etapa, iniciamos o Evetea (Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental), em março, a empresa vencedora começa trabalhar. Depois tem o estudo de impacto ambiental e a definição da modelagem”, disse, citando ainda não haver uma definição de que modelo será adotado pelo governo para viabilizar a ampliação da ferrovia: “pode ser concessão, PPP (parceria público-privada), joint venture, venda de ações...”
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