Depois de atingir o topo do ranking nacional entre os estados com melhores notas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), no levantamento divulgado em 2022, o Paraná começa na próxima segunda-feira (21) a aplicação da 1ª Prova Digital. O objetivo é diagnosticar o aprendizado dos estudantes e prepará-los para o Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), que será aplicado em 2025.
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Em entrevista à Gazeta do Povo, o secretário de Educação do Paraná, Roni Miranda, afirmou que a meta do estado é se destacar, novamente, entre os estados brasileiros, mas também melhorar os indicadores da rede pública no ranking internacional, que faz o diagnóstico do aprendizado em diferentes países. No Brasil, o estado deu um salto do 7º para o 1º lugar no Ensino Médio em quatros anos, saindo da pontuação de 3,7 para 4,6, diminuindo a distância para as escolas da rede privada de ensino no Ideb.
“O Paraná está preparando os alunos com o novo modelo de metodologia das questões, o mesmo formato de aplicação do Pisa. A prova é diferente da aplicada, atualmente, no estado (Prova Paraná). Assim, estudantes e professores vão chegar em 2025 habituados ao modelo do Pisa”, projeta o secretário de Educação.
A primeira edição da Prova Digital Paraná será aplicada entre 21 de agosto e 5 de setembro para os alunos do oitavo ano. Gradativamente, o exame passa a ser aplicado também aos estudantes do nono ano em 2024, até o primeiro ano do Ensino Médio em 2025, quando os adolescentes que hoje estão na oitava série vão ter 15 anos de idade, faixa etária alvo do teste internacional.
A progressão anual também foi definida por causa da logística mais complexa de aplicação da prova, exclusivamente com o uso de computadores, a partir dos quais os estudantes vão responder questões de matemática, língua portuguesa e ciências. “É uma prova interdisciplinar e o aluno precisa estar preparado, pois isso gera uma complexidade na avaliação”, ressaltou Miranda.
As três disciplinas serão avaliadas de forma digital dentro do cronograma da Prova Paraná que já é aplicada no estado. A primeira edição de 2023 foi realizada no final de abril em todas as escolas da rede estadual e também ao 5º ano nas escolas das redes municipais que aderiram ao programa. A avaliação, que abrange todas as áreas do conhecimento, tem o objetivo de fornecer um diagnóstico das aprendizagens dos estudantes de cada série, escola e turma em relação aos conteúdos abordados em sala de aula no trimestre.
Pisa foi adiado pela pandemia da Covid-19
Aplicada a cada três anos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), as edições do Pisa de 2021 e 2024 foram adiadas para 2022 e 2025, respectivamente, por causa da pandemia da Covid-19.
Segundo informações do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão responsável pelo planejamento e a operacionalização da avaliação no Brasil, 79 países participaram do Pisa, sendo 37 deles membros da OCDE e 42 países de economias parceiras na edição 2018. O Brasil participa do Pisa desde o início da pesquisa, em 2000.
Apesar de avaliar leitura, matemática e ciências, a cada edição do Pisa, existe um domínio principal, ou seja, os estudantes respondem a um maior número de questões dessa área do conhecimento e, de acordo com o Inep, os questionários se concentram na coleta de informações sobre a aprendizagem dessa disciplina.
A pesquisa também avalia domínios chamados inovadores, como Resolução de Problemas, Letramento Financeiro e Competência Global.
“Os resultados do Pisa permitem que cada país avalie os conhecimentos e as habilidades de seus estudantes em comparação com os de outros países, aprenda com as políticas e práticas aplicadas em outros lugares e formule suas políticas e programas educacionais visando à melhora da qualidade e da equidade dos resultados de aprendizagem”, afirma o Inep.
Assembleia deve votar escola em tempo integral e bônus aos professores
O secretário paranaense da Educação também informou que dois importantes projetos de autoria do Executivo devem ser discutidos neste segundo semestre na Assembleia Legislativa do Paraná.
O projeto de lei que institui o programa Escola em Tempo Integral tramita na Casa e recebeu parecer favorável do relator Luiz Fernando Guerra (União) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). De acordo com o secretário, o Paraná saltou de 34 para 253 escolas em tempo integral nos últimos quatro anos, mas a meta é chegar a 400 colégios, ou seja, 20% da rede estadual. Assim, é necessária a regulamentação para que o programa se torne permanente e não apenas uma ação de governo.
“Nem todo mundo quer estudar no integral, pois já faz algum curso ou atividade no contraturno, mas a gente quer dar a oportunidade e quem decide se vai ou não é a família, assim como ocorre nos colégios cívico-militares”, afirmou.
O governo também deve encaminhar aos deputados estaduais o projeto de lei para implementar um bônus de R$ 3 mil aos professores e profissionais da educação das escolas estaduais que tiverem uma nota maior do que a anterior no Ideb.
Miranda esclareceu que além dos professores, merendeiras, servidoras da limpeza, funcionárias da área administrativa, pedagogos e os demais profissionais serão beneficiados se a meta da escola for atingida.
“Não é ranking geral, é uma meta projetada. Uma escola que tem uma situação de desafio maior, em um contexto de vulnerabilidade, vai ter uma meta dela mais baixa do que de uma escola em um contexto social mais favorável, que terá uma nota mais ousada. Além disso, o histórico de notas dos colégios no Ideb será usado como parâmetro”, explicou.
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