Desde que foi incluída no primeiro lote de privatizações dos ativos da Petrobras, a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, na região metropolitana de Curitiba, assumiu o papel de estrela do programa de desinvestimento. Próxima de São Paulo, maior mercado de combustíveis do país, e do Porto de Paranaguá, a indústria é agora alvo de disputa acirrada entre empresas peso-pesadas do setor.
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Nem a estatal e nem as concorrentes comentam o processo. Uma fonte familiarizada com a negociação indica, no entanto, que duas estão mais perto da conclusão do negócio. Uma delas, a Ultra, é tida como favorita nesta disputa.
Conhecida por duas de sua marca, os postos Ipiranga e a distribuidora de gás Ultragaz, o Grupo Ultra teve receita de quase R$ 90 bilhões em 2019. O desempenho colocou a empresa entre as 500 maiores do mundo no ranking da revista Fortune. Os números são altos por conta do desempenho das empresas: os postos Ipiranga só ficam atrás da bandeira BR na distribuição de combustíveis no país e a Ultragaz lidera a distribuição de gás do tipo GLP (de cozinha), com cerca de 23% do mercado.
Com sede em São Paulo, o conglomerado teve suas raízes em 1937, atuando justamente com a distribuição de gás doméstico. De lá para cá, cresceu e diversificou seus negócios. Hoje, além das duas marcas que alavancam seus números, controla a rede de farmácias Extrafarma. Caso conclua a compra da Repar, a empresa passa a atuar também no refino de combustíveis, uma área ainda inexplorada.
Raízen também está na disputa pela Repar
Embora outras concorrentes ainda estejam no páreo, a vitória do Grupo Ultra pode barrar apenas no poder de compra da Raízen, que também disputa a refinaria paranaense. A empresa paulista é uma união da brasileira Cosan – forte na produção de etanol – com a anglo-holandesa Shell – dona de uma das bandeiras mais conhecidas de postos de gasolina no país.
Diferentemente da concorrente, no entanto, a Raízen já atua com refino em indústrias na Argentina.
Processo terá etapa decisiva em dezembro
A disputa deve ter seu momento mais importante no próximo dia 10 de dezembro, quando as empresas devem apresentar suas propostas pela Repar e de outra refinaria incluída em seu pacote de privatização: a Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul. A Petrobras irá escolher a melhor oferta para cada uma das indústrias, mas um mesmo grupo empresarial não poderá levar as duas.
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