Prefeito Rafael Greca – Curitiba| Foto: Reprodução/Prefeitura de Curitiba
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Na esteira do anúncio de medidas de prevenção contra o novo coronavírus, o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM), explicou à RPC que sua administração está se “planejando para o pior”, mas “torcendo e trabalhando para, se Deus quiser, colher o melhor”. Greca concedeu a entrevista ao vivo, no Meio Dia Paraná, nesta terça-feira (17), e chorou ao falar sobre o impacto da doença na cidade: “É muito triste desligar a cidade. É uma coisa ruim, não me faz bem”. Greca também disse, contudo, que não há motivo para “disseminação de pânico”.

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“A hora é de extrema solidariedade. Eu repilo o uso político do momento grave. E repilo também a disseminação do pânico, do pavor. Não precisa fazer estoque de álcool gel, de papel higiênico, de comida. Nós não sofremos um ataque da terceira guerra mundial. A cidade vai continuar abastecida”, declarou ele.

Até então com sete casos de Covid-19 confirmados em Curitiba, a partir desta terça-feira (17) passou a vigorar um decreto assinado por Greca para definir a “situação de emergência em saúde pública” para Curitiba.

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Ao longo da entrevista, Greca explicou pontos do decreto, demonstrou preocupação especial com os idosos, e também antecipou o que ainda pode ser analisado pelo Comitê de Técnica e Ética Médica, como a questão do funcionamento de feiras de rua. O grupo foi criado a partir do decreto e tem entre suas atribuições “instruir os casos omissos” no documento.

Feiras de rua

“Nós ainda estamos estudando o que vamos fazer com a feira do Largo da Ordem e com as feiras noturnas ou especiais. Em princípio, elas estão mantidas. Até que a comissão de técnica e ética médica aconselhe a sua supressão. O problema é que as famílias vivem das barracas. E destruir o ganha pão das pessoas é muito problemático. Elas não são supermercados”, disse Greca.

O prefeito também disse que o Mercado Municipal de Curitiba não deve ser fechado. “Não me parece que seja o caso de fechar o mercado municipal ou o comércio, mas é importante que as pessoas observem esta etiqueta de viver em tempo de epidemia”, afirmou ele.

“Não dá para desligar os transportes”

Questionado sobre o funcionamento do transporte coletivo, Greca afirmou que determinou à Urbs que entregue álcool gel para todos os cobradores e motoristas. “Também determinei que os ônibus circulem com todas as janelas abertas. E determinei uma intensa higienização, seja dos ônibus ou dos terminais”, explicou ele.

“Mas não dá para desligar os transportes. O importante é pedir que os idosos não andem nos horários de pico e pedir às pessoas que, se puderem trabalhar em home office, façam isso. As pessoas e as empresas. Quem tiver que fazer trabalho presencial, que evite aglomerações”, acrescentou ele.

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População de rua

Greca também foi questionado sobre a situação dos moradores de rua e, segundo ele, a prefeitura tem condições para abrigar as pessoas. “Marquise não é casa. Nós temos 1.800 vagas nos abrigos da FAS. Temos hotéis sociais. A prefeitura tem condição de absorver a população de rua. Eu pessoalmente prefiro chamá-los para os abrigos, para monitoramento médico e sanitário, e muita limpeza e muito álcool gel, protegê-los para que vivam para o dia que vai nascer. E vai nascer um novo dia”, disse ele.

Igrejas

Greca afirmou ainda ter conversado com autoridades religiosas, católicas e evangélicas, para recomendar que as cerimônias sejam realizadas ao ar livre, quando possível. “As igrejas devem ter todas as janelas e portas abertas. Se elas forem mais restritas, como pequenas capelas, convém fazer o culto ao ar livre. As cerimônias da Semana Santa convêm que sejam on-line ou ao ar livre. Sempre mantendo distância entre as pessoas, evitar aglomeração. Mas os idosos fiquem em casa”, disse o prefeito.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]