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O município de Rio Branco do Sul tem pouco mais de 32 mil habitantes e está localizado na região metropolitana de Curitiba.
O município de Rio Branco do Sul tem pouco mais de 32 mil habitantes e está localizado na região metropolitana de Curitiba.| Foto: Facebook/Prefeitura de Rio Branco do Sul

Entre as capitais brasileiras, Curitiba lidera o ranking do saneamento com 99,99% de rede de cobertura de esgoto, segundo levantamento atualizado do Instituto Trata Brasil. A cidade, no ranking geral dos municípios, fica na 17ª posição. Além disso, a capital do Paraná tem 100% de fornecimento de água tratada aos domicílios.

Até aí, tudo bem, não fosse por um detalhe: a região metropolitana. “Enquanto temos 100% cobertura de esgoto em Curitiba, na RMC temos 16,4% da população sem coleta. A periferia está ocupada pela população mais pobre, em cidades dormitório, onde ficam as pontas de rede e há problemas de intermitência de água também”, explica Alceu Galvão, do Trata Brasil.

Das 29 cidades que compõem a Região Metropolitana de Curitiba, além da capital, apenas São José dos Pinhais aparece entre os 100 municípios do país com melhores índices de saneamento (45ª posição). De acordo com a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), que atende 346 dos 399 municípios paranaenses, o Índice de Atendimento com Rede Coletora de Esgoto (IARCE) da capital é de 95%. Se considerarmos apenas a região metropolitana, o índice cai para 67%. “As maiores dificuldades são os altos custos e a pouca densidade demográfica em pequenos municípios e nos bairros muito distantes do centro”, afirma a empresa.

Na opinião do representante do Trata Brasil, há uma tendência dos prestadores de serviço de privilegiar áreas com maior adensamento. Isso ocorre em todas as regiões metropolitanas do país, segundo ele. “As políticas públicas, de modo geral, precisam olhar mais para a população como um todo, mesmo as pessoas que não necessariamente terão capacidade de pagar por esses serviços. Até porque o índice de internações das regiões metropolitanas é duas vezes maior do que o das capitais. O problema do setor é que está enterrado, não dá visibilidade para a sociedade e para os políticos”, crava.

O engenheiro civil Miguel Mansur Aisse explica que, no caso do Paraná, o maior problema é de falta de recursos para investimento, nem tanto dificuldades de gestão. “Como 20% da nossa população é rural, temos de desenvolver tecnologias locais de saneamento não tradicionais, com outros desenhos”, pontua. Defensor da continuidade dos sistemas em que o serviço é prestado por empresas robustas, como no Paraná e em São Paulo, ele diz que desse modo é possível manter o subsídio cruzado, em que áreas de cobertura superavitárias compensam os investimentos em áreas financeiramente não compensatórias.

Ao contrário da tendência de queda em muitos estados, no Paraná a Sanepar diz que aumentou os investimentos nos últimos anos. Por ter um orçamento independente do governo estadual, baseado em recursos próprios, a empresa empenhou progressivamente de 2011 a 2018, R$ 6 bilhões (média de R$ 752 milhões ao ano). Em 2011, foram R$ 354 milhões; em 2012, outros R$ 476,3 milhões; em 2015, R$ 795 milhões; e em 2018, R$ 1,03 bilhão.

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