A rede pública estadual de ensino terá 20 mil alunos a mais no Ensino Médio durante o período diurno a partir de 2020. A oferta faz parte de um esforço da Secretaria de Educação para reduzir a evasão escolar. De acordo com dados referentes a 2018 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Paraná é o quarto estado com mais jovens entre 15 e 17 anos fora da escola.
ARTIGO: Os desafios da educação noturna no Paraná
De acordo com Renato Feder, secretário Estado da Educação e do Esporte, o arranjo foi possível graças a uma nova diretriz de gestão educacional. A pasta pretende diminuir a oferta noturna como consequência desta ampliação nos períodos da manhã e da tarde. “No Paraná, até 2018, obrigava-se o aluno a ir para o noturno, mesmo contra sua vontade. Chegavam para ele e diziam: ‘olha, não tem vaga para você durante o dia”, diz.
Segundo Feder, o índice de evasão é maior justamente neste último período de aulas. “O noturno tem suas vantagens. É ideal para alunos que precisam trabalhar, por exemplo. Mas o risco de abandono é muito maior. Vimos pesquisas, envolvendo milhares de estudantes, que mediam as horas de sono que os alunos tinham. Se eles dormem menos, a sua capacidade de aprendizado é menor e isso atrapalha toda a sua dinâmica na escola, facilitando o abandono”, diz.
O secretário aponta os riscos para a segurança como outro ponto decisivo para os índices de evasão. As aulas noturnas costumam acabar às 23 horas, tornando o deslocamento mais perigoso em muitos casos.
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A maior oferta de vagas para o diurno será espalhada em mais de 700 escolas em 200 municípios do estado. Alunos do nono ano poderão usufruir dessa oferta. “Houve um esforço de construção de salas de aula e um esforço logístico de alocação dos alunos”, garante Feder.
Ainda não se sabe quantas vagas serão cortadas do noturno. De acordo com a Secretaria, essa avaliação será feita após o preenchimento das vagas escolares diurnas.
Outros projetos
De acordo com o secretário, a nova ação complementa outros projetos que têm o intuito de reduzir o abandono escolar. Um deles é o “Presente na Escola”. Por ele, as chamadas de presença são feitas por um aplicativo de celular do professor. “O aluno não abandona de uma só vez. Ele falta um dia, depois mais dois dias, e no fim acaba abandonando. Só que esses dados de presença só eram mostrados no fim do bimestre ou trimestre. Com esse projeto, os conseguimos compilar esses dados e enviar diariamente a lista dos alunos que mais faltaram”, comenta Feder.
De posse das informações, pedagogos e professores ligam para o estudante e tentam reverter os motivos que o levaram a abandonar a escola. Segundo a secretaria, esse projeto trouxe de volta mais de 50 mil alunos.
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