A pandemia de coronavírus impulsionou a realização dos contratos de venda e registro de imóveis pela internet no Paraná. Houve um aumento de 600% nos registros imobiliários feitos totalmente on-line no comparativo do mês de fevereiro com abril. De acordo com especialistas, a tendência é de que esse serviço virtual seja cada vez mais procurado pela população, mesmo em um cenário pós-Covid-19.
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Dados da Central Registradores de Imóveis do Paraná, gerida pela Associação dos Registradores de Imóveis do Paraná (Aripar), mostram que em todo o estado, em fevereiro, 101 contratos foram protocolados de forma virtual. Já em março - quando o governo decretou o fechamento de diversos serviços e sugeriu o isolamento social - a busca pelo meio eletrônico subiu para 206 títulos. Em abril, houve um grande salto, com 707 pedidos apresentados na Central Eletrônica. Isso significa um aumento de 103,96% de fevereiro para março, uma alta de 243,2% de março para abril, e um índice de 600% quando a comparação é feita entre os meses de fevereiro e abril. Em todos os casos, o interessado recebeu o registro com certificação digital, em processo integralmente on-line.
Gabriel Fernando do Amaral, diretor de tecnologia, informática e inovação da Aripar, explica que o serviço de registro de imóveis on-line no Paraná já é oferecido há mais de dois anos, mas ainda que seu uso fosse cada vez mais procurado, só agora caiu “no gosto” da população.
“Mesmo durante a pandemia as pessoas seguem precisando resolver questões burocráticas, mas, agora, passou-se a entender o quanto é importante ‘quebrar padrões’. Ao contrário do que se imaginava, para algumas situações não é necessário se deslocar a um cartório, pegar senha e esperar ser atendido. É possível resolver muitos problemas estando em casa, direto do computador pessoal”, enfatizou.
Após as etapas de contrato serem concluídas entre comprador e vendedor, o registro de imóvel pode ser feito no site https://www.registrodeimoveis.org.br/.
Negociação e venda digital
O setor imobiliário sentiu de imediato o aumento da procura pelos serviços via internet. Além de muitas empresas oferecerem tours virtuais, apresentação dos imóveis pelas redes sociais, negociação via aplicativos de conversa e atendimento on-line, outras também finalizam a venda sem exigir a presença física do cliente em nenhum momento. A construtora MRV, por exemplo, fechou 69% de suas vendas no Paraná, em abril, realizando todos os trâmites dos contratos de forma virtual.
O gestor executivo de vendas da MRV, Willians Ribeiro, detalhou que por meio da plataforma de vendas digitais o cliente pode fazer todos os processos sem sair de casa: da escolha do condomínio e da unidade, passando pelo envio da documentação, simulação, e envio da documentação para análise de crédito, negociação da proposta e assinatura eletrônica do contrato digital.
“Tivemos casos de clientes que não chegaram sequer a visitar presencialmente o imóvel e mesmo assim fecharam a compra, posteriormente finalizada totalmente on-line”, disse.
A plataforma já era utilizada pela MRV, porém somente em Belo Horizonte, cidade sede da construtora. Com a pandemia da Covid-19, rapidamente o modelo foi trazido para a unidade no Paraná, no final de março, e a aceitação foi imediata. “Conseguimos reverter vendas perdidas para clientes que estavam temerosos a comparecer para concluir a compra. Mesmo com a crise causada pela pandemia, conseguimos manter nossas metas”, detalhou.
A venda do imóvel e o registro são etapas diferentes do processo, mas que ambas podem ser concluídas sem a presença física nos cartórios. “No caso de construtoras, elas podem realizar a venda on-line como qualquer outro produto. Se o imóvel é financiado, como normalmente acontece, a celebração do contrato é feita juntamente com a instituição financeira. Após a assinatura do contrato pelas partes, ele é encaminhado ao registro. Todo esse processo, hoje, pode ser feito eletronicamente”, esclareceu Amaral.
“Pra ficar”
O gestor da MRV destaca que um dos muitos benefícios dos processos virtuais é a redução de custos, tantos financeiros como de tempo. “A venda digital elimina diversos custos como os vários deslocamentos, impressão de muitos papéis, enfim, em todos os processos de venda, negociação e assinaturas de contrato. É uma tendência que otimiza o tempo e vem pra ficar”, ressaltou Ribeiro.
Opinião também confirmada por Amaral. “Além de todas as comodidades, o registro de imóveis eletrônico é muito seguro. Assim como utilizamos aplicativos para pagamentos, o uso dos serviços on-line no mercado imobiliário deve ser cada vez mais procurado daqui em diante”, finalizou.
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