O reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Marcelo Fonseca, se manifestou de forma contrária ao bloqueio de verbas às instituições federais anunciado pelo Governo Federal na última semana. As verbas para despesas de custeio e investimentos das universidades e institutos federais sofrerão um bloqueio de 14,5% - para a UFPR, a medida representa R$ 25.691.096 a menos no orçamento para 2022.
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“O governo bloqueou R$ 3,23 bi dos orçamentos das Universidades e Institutos federais. Bloqueou também R$ 2,92 bi do orçamento da ciência e tecnologia. Para a UFPR são R$ 25,6 mi a menos. As universidades assim se inviabilizam para 2022. A ciência se paralisa. O futuro se fecha”, publicou o reitor em uma postagem no Twitter.
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), órgão do qual Fonseca é vice-presidente, publicou uma nota pública na qual classificou como “inadmissível, incompreensível e injustificável” o bloqueio das verbas das instituições federais de ensino superior.
“O governo federal impinge um corte de mais de 14,5% sobre nossos orçamentos, inclusive os recursos para assistência estudantil, inviabilizando, na prática, a permanência dos estudantes socioeconomicamente vulneráveis, o próprio funcionamento das instituições federais de ensino e a possibilidade de fechar as contas neste ano”, afirma a nota.
A UFPR publicou uma nota oficial chamando o bloqueio de "tragédia nacional". " Esse corte, torna impossível manter compromissos, bolsas e planos até o final deste exercício. Isso é uma realidade crua para nós e para todas as universidades federais. Quem sofre é o futuro, as novas gerações e o nosso desenvolvimento econômico e tecnológico. Parece que ciência, universidades e o futuro estão no final na fila no Brasil. Uma vitória do obscurantismo", afirma o texto.
Além das universidades, outras entidades ligadas ao Ministério da Educação, como a Capes e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) também serão afetados pelo bloqueio de 14,5% nas verbas. Assim, não só os cursos de graduação, mas também os de pós-graduação e até mesmo a educação básica serão atingidos pela medida.
As verbas “discricionárias” bloqueadas pelo Governo Federal são os valores que cada instituição aplica de acordo com regras próprias. Estão nessa categoria desde o pagamento de bolsas e auxílios aos estudantes até o custeio de segurança e manutenção e as contas de água e telefone, por exemplo. Estão excluídas do bloqueio as chamadas despesas obrigatórias, como os salários e aposentadorias de professores e outros servidores.
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