Às vésperas de completar 50 anos, a relação diplomática Brasil-China caminha para mais um ano de recordes na parceria comercial. Em 2022, o volume total de exportações e importações atingiu US$ 150,1 bilhões, que representa um número 16 vezes maior que há 20 anos.
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O Paraná foi o estado da Região Sul com o maior número de projetos chineses, somando 12 empreendimentos. Além disso, os serviços relacionados ao agronegócio representaram 47% dos recursos provenientes da China em terras paranaenses em 2022.
De acordo com o estudo do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), São Paulo liderou a atração de aportes chineses no ano passado, com participação de 45%. O estado foi seguido por Minas Gerais (21%), Paraná (8%), Goiás (8%), Piauí (5%), Ceará (5%), Paraíba (3%), Mato Grosso (3%) e Mato Grosso do Sul (3%).
Para se ter uma ideia da sintonia comercial entre as duas nações, entre 2007 e 2022, as empresas chinesas investiram US$ 71,6 bilhões no Brasil por meio de 235 projetos. Nesse período, em análise por número de projetos, o setor de eletricidade atraiu 35,7% dos empreendimentos, seguido pela indústria manufatureira (23,4%) e pelos setores de Tecnologia da Informação (13,2%), agricultura e serviços relacionados (6,4%), extração de petróleo (5,5%) e serviços financeiros (5,1%). Outros segmentos tiveram participações inferiores a 4%.
"A China já investiu mais de 1 trilhão de dólares, nos últimos anos, em países em desenvolvimento. Logo, acreditamos que o país possa ser um parceiro estratégico, além de comprador de nossas commodities, na busca por investimento estrangeiro direto no Brasil", avalia o gerente de Relações Internacionais da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Higor de Menezes .
Com aportes nos setores de infraestrutura, agricultura e fabricação de automotores, o Paraná figura como o terceiro estado a receber mais investimento chinês no país ao lado de Goiás.
Segundo o gerente de Relações Internacionais, a parceria entre China e Paraná, além de estratégica, é tida como uma ponte para os demais países asiáticos pela importância do país dentro do continente. “Acredito que o país pode ser também um parceiro como mediador diplomático na abertura de novos mercados no oriente, julgando sua força geopolítica e influência na região", analisa.
De acordo com Menezes, a China é a principal compradora dos produtos paranaenses com US$ 3,7 bilhões movimentados de janeiro a julho deste ano. Para ele, existe um grande potencial para investimentos em projetos de infraestrutura, logística e transferência de tecnologia.
"A Fiep busca fomentar cooperação internacional entre o Senai e instituições de ensino superior e profissional chinesas, principalmente com objetivo de incentivar a pesquisa, desenvolvimento regional e a troca de boas práticas com a nossa indústria. Portanto, buscamos no mundo por soluções para nossos gargalos e o aprimoramento de nossos processos, sobretudo por meio da valorização das cadeias de produção", ressalta.
Brasil-China: país sofre queda no ranking mundial
Apesar da parceria histórica, o ano de 2022 foi de contrastes na relação comercial entre os dois países. Em 2022, os investimentos chineses confirmados no Brasil chegaram a US$ 1,3 bilhão, que configura uma queda de 78% em relação ao ano anterior e o menor valor registrado desde 2009.
Oposto a isso, o número de projetos chegou a 32, com aumento de 14% em relação a 2021. Essa soma estabeleceu um novo recorde histórico, superando o pico registrado em 2018, segundo números do Conselho Empresarial Brasil-China.
Ainda de acordo com a pesquisa de investimentos chineses no Brasil feita pelo CEBC, em perspectiva global, cruzando dados do Conselho e do China Global Investment Tracker (CGIT), o Brasil ficou em nono lugar entre os principais destinos do capital chinês no mundo em 2022 . Uma queda considerável para quem ficou no topo da lista em 2021.
Apesar de tudo, o país ficou em segundo lugar na América Latina, atrás apenas da Argentina, que recebeu uma quantia um pouco maior que o registrado no Brasil — US$ 1,34 bilhão. A Arábia Saudita liderou o ranking dos investimentos chineses no mundo, com aportes que somaram US$ 5,5 bilhões, seguida pela Indonésia e pela Hungria, com US$ 3,9 bilhões e US$ 3,7 bilhões, respectivamente, conforme dados da CEBC.
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