Renato José Mendes nunca abandonou o Direito apesar de extensa carreira no meio empresarial| Foto: Divulgação
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Renato José Mendes era advogado em tempo integral, ou algo assim, mesmo quando suas principais atividades profissionais não eram ligadas ao Direito. Nunca deixou a área de lado. Gostava de estar atualizado. Era uma ligação forte, digna de um homem que tinha também valores fortes. O maior deles, a família - e a responsabilidade de ser um exemplo de virtude para todos. Foi o que ele fez até partir no último dia 17 de julho, aos 74 anos, em Ponta Grossa, vítima de parada cardíaca.

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“Ele deixa esse exemplo de retidão, seriedade e responsabilidade”, resume o filho Rodrigo Di Piero Mendes. Para ele, o maior legado deixado pelo pai é o de ser um homem que fazia o bem sem necessitar de reconhecimento. Não à toa, sempre defendeu que o maior patrimônio que alguém pode alcançar não tem nada a ver com posses, e sim com uma boa formação educacional e valores de respeito.

Sem deixar esses preceitos de lado, o advogado pontagrossense atuou, primeiro, como comerciante. Após ter se formado em Direito pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), em 1972, a veia empreendedora que herdou do pai falou mais alto e ele rumou para o setor de som e equipamentos eletrônicos, especialmente para carros. Depois teve uma construtora e, por fim uma loja de tecidos e itens de cama, mesa e banho. Apesar de estar à frente desses negócios, se manteve sempre de alguma forma atuando como advogado.

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“Ele nunca se desligou do Direito durante esses anos, estava sempre se atualizando”, conta o filho. Isso possibilitou o retorno definitivo à área na maturidade, atuando no escritório Tavarnaro Advocacia. Especialista em Direito Imobiliário aplicado à Gestão Empresarial pela PUC-PR e em Prática Forense Civil pelo Instituto Paranaense de Estudos Superiores, títulos conquistados a partir dos anos 2000, Renato se destacava pelo trabalho na esfera imobiliária da advocacia.

Participava de agremiações relacionadas ao trabalho - foi Conselheiro da Associação Paranaense dos Advogados do Mercado Imobiliário (APAMI) - como advogado e comerciante, mas apreciava mais ainda fazer parte de organizações sociais, como o Clube de Diretores Lojistas de Ponta Grossa, o Clube Princesa dos Campos e o Ponta Lagoa. Foi presidente deste último e, na gestão dele, aconteceu o importante passo de fundir dois antigos clubes para dar origem ao atual.

Nas horas vagas, suas principais ocupações eram o lazer com a família e atividades relacionadas à música. Desde criança, quando o pai de Renato o presenteou com um acordeão, os instrumentos musicais foram um caminho natural. Tocava diversos deles, como violão, contrabaixo e piano, mas o carro-chefe era o violão. “Bastava ele conhecer a música para conseguir reproduzir ela em um instrumento. Tinha o dom para isso”, comenta Rodrigo. Na hora de escolher que música ouvir, era eclético, mas mais chegado aos ritmos clássicos. Optava pela bossa nova, jazz, blues ou rock.

Era um homem de família, sim. Tanto que o único aspecto que mudou ao longo dos anos foi o rigor com as novas gerações. Com a passagem dos anos e a chegada dos netos, as costumeiras cobranças se transformaram em “corujice” com os pequenos. Coisa de avô. Mas a preocupação com o bem-estar do próximo não se restringia a esse círculo familiar, como ficou claro para os parentes logo após seu falecimento. “Só temos recebido elogios, só relatos da importância que ele teve na vida dos outros e a gente não sabia”, orgulha-se Rodrigo.

Renato José Mendes deixa esposa, dois filhos e dois netos.

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