Enfrentando greve dos metalúrgicos desde sexta-feira (6), a Renault de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, vê com surpresa os pontos agora reivindicados pelos trabalhadores, por envolver temas que teriam sido acordados entre as partes previamente, em 2020.
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Segundo a empresa, o sindicato estaria reabrindo temas do acordo de competitividade válido para quatro anos, que vai de setembro daquele ano a agosto de 2024. As condições do acordo coletivo foram devidamente formalizadas à época, incluindo reajustes, que até 2021 foram feitos como abono salarial e que, a partir deste ano, estarão vinculados ao INPC, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor, do IBGE, ou seja, tendo como base a inflação.
Quanto ao programa de Participação nos Lucros e Resultados (PLR-2022/23), a empresa explica que o valor fora definido, também em 2020, a partir do indicador de volume de produção. Segundo a Renault, o questionamento atual sobre este índice não procede, mas a empresa está aberta ao diálogo e, inclusive, nesta terça-feira (10), manteve o pagamento acordado da 1ª parcela do PLR a todos os colaboradores elegíveis (50% do valor projetado, R$ 7730,62).
A segunda parcela, que pode ter valor maior ou menor que a primeira, está atrelada ao desempenho da empresa nos próximos meses, cuja meta é considerada difícil de ser atingida pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba e é também motivo de descontentamento da categoria. Segundo a Renault, ela será depositada no começo do ano que vem.
O impacto da greve tem sido sentido nas quatro fábricas de veículos e motores do Complexo Ayrton Senna, mas não se sabe ainda a dimensão das perdas à empresa.
Greve na Renault teve início por discordância com PLR
Com assembleia liderada pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), os metalúrgicos da Renault iniciaram a greve por tempo indeterminado como resposta à Participação nos Lucros e Resultados (PLR-2022/23), afetada pelos ajustes da montadora nas bases de um acordo firmado em 2020.
Segundo o sindicato, também pesou na decisão a redução do número de empregados na produção, de cerca de 7 mil para cerca de 5 mil em dois anos, o que diminuiu a velocidade da linha de produção de dois turnos para um turno e meio e que "mesmo atingindo a difícil meta estipulada em 198 mil automóveis neste ano, o valor total projetado da PLR (R$ 15,4 mil por trabalhador) está fora da realidade de negócio da empresa, que aumentou o preço do carro em mais de 30% em dois anos".
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