Com grande interesse de investidores, a venda do primeiro grupo de refinarias da Petrobras ficou para 2020, afirmou na última semana o presidente da estatal, Roberto Castello Branco. Segundo o executivo, a privatização destes ativos, que foi anunciada ainda em junho, atraiu mais de 20 empresas, muitas delas pesos-pesados do setor petroleiro, exigindo a prorrogação do prazo de manifestação de interesse – a previsão inicial era a venda da primeira unidade até o fim de 2019.
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E a grande estrela do conjunto de refinarias é a paranaense Presidente Getúlio Vargas, a Repar, em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. A apenas 1h30 do Porto de Paranaguá e a menos de 3 horas do Porto de Itajaí, dois dos principais do país, a unidade é tida como a mais estratégica de todo o conjunto de oito unidades que serão privatizadas. Ela deverá ser uma das primeiras a serem negociadas – está entre as quatro do lote inicial de venda; outras quatro serão vendidas em um segundo momento.
A Repar se destaca mesmo em meio a refinarias até mais próximas de portos, como a Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, que fica a uma hora do Porto de Salvador. As condições da infraestrutura paranaense, porém, são melhores do que as de lá.
Da unidade de Araucária saem 208 mil barris por dia (aproximadamente 9% da capacidade de refino do Brasil), com uma boa facilidade de distribuição para outras regiões do país – vantagem em relação à Refinaria Alberto Pasqualini (REFAP), no Rio Grande do Sul, por exemplo. Além disso, a Repar reponde por 12% da produção de derivados de petróleo do Brasil, como diesel, gasolina, GLP e querosene de aviação.
O pacote colocado à venda com a refinaria na Grande Curitiba inclui cinco terminais de armazenamento. Eles estão instalados em cidades estratégicas, como Paranaguá e Itajaí, e são servidos por 476 quilômetros de oleodutos.
Esse conjunto de fatores coloca a Repar na mira de potenciais compradores de peso. Nem a estatal nem a assessoria financeira contratada comentam o processo de venda neste estágio de negociação, mas, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo e da agência de notícias Reuters, companhias de distribuição como a Ultra (dos postos Ipiranga) e Raízen (controladora da Shell), têm interesse.
Ainda de acordo com as publicações, grupos estrangeiros como PetroChina e Sinopec (ambos chineses), Valero e CVR Energy (norte-americanos), Mubadala (Abu Dhabi) e Trafigura (Holanda) pretendem entrar na disputa. Em comum, todas são de grande porte. A PetroChina, por exemplo, é a petrolífera com mais alto valor de mercado no mundo. O grupo árabe Mudadala, por sua vez, é um fundo que gere aproximadamente 225 bilhões de dólares.
Neste estágio, as empresas ainda não precisam assinar suas propostas oficiais de compra. A estimativa é que esse processo ocorra nos primeiros meses de 2020. De acordo com Castello Branco, a conclusão da venda das primeiras quatro unidades – as já citadas Repar, RLAM, Refap e a Refinaria Abreu e Lima, RNEST, em Pernambuco – deve ocorrer em março.
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