Matinhos, no litoral do Paraná.| Foto: Lineu Filho/Tribuna do Paraná
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Mesmo sob protesto de parte da população, a prefeitura de Matinhos vai adotar restrições no comércio para tentar conter o avanço do coronavírus. Matinhos e Guaraqueçaba foram as únicas das sete cidades do litoral do Paraná que optaram por não aguardar um novo decreto do governo do estado para implantar medidas mais restritivas neste que é o pior momento da pandemia não só no Litoral, mas em todo o Paraná.

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As outras prefeituras afirmam que mesmo aguardando o decreto estadual já estão reforçando a fiscalização das medidas preventivas. Em Guaratuba, por exemplo, a promessa a partir de agora é de “tolerância zero”.

A partir de segunda-feira (1°) serviços não essenciais terão horários especiais de funcionamento em Matinhos até 14 de março. “Estamos fazendo ajustes para que o comércio sinta o mínimo possível esse impacto da restrição. A ideia é de que boa parte do comércio funcione até as 15h, com ocupação máxima de 30%”, explica o prefeito Zé da Ecler (Podemos).

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Já os restaurantes de Matinhos deverão atuar no sistema de delivery. A prefeitura, entretanto, avalia se vai liberar refeições no almoço no salão dos estabelecimentos. O jantar é praticamente certo de que será impedido.

Também serão instaladas barreiras nos três acessos ao município, permitindo a entrada apenas de moradores e trabalhadores de serviços essenciais. “Eu nunca falei em lockdown, em fechar o comércio 100%. O que vai ser fechado 100% são as entradas da cidade”, enfatiza o prefeito sobre protesto realizado na quarta-feira contra um eventual lockdown no município.

Na praia de Matinhos, a faixa de areia será bloqueada, sendo permitido o acesso apenas ao calçadão, que terá reforço na fiscalização de medidas sanitárias, como o uso de máscaras e distanciamento social.

Do outro lado, as restrições preocupam os comerciantes. “O impacto vai ser muito grande, principalmente no comércio pequeno, que depende do dia a dia para sobreviver”, avalia o presidente do Sindilitoral, entidade que representa os hotéis, restaurantes, bares e comércio do litoral, Carlos Dalberto Freire, em entrevista ao jornal Meia dia Paraná, da RPC.

Decisão de cada prefeitura

Quarta-feira, os prefeitos das sete cidades litorâneas se reuniram para debater ações de combate ao novo avanço da Covid-19. Entretanto, apenas Matinhos e Guaraqueçaba decidiram agir sem esperar o decreto estadual. Em Guaraqueçaba, a prefeitura emitiu nesta quinta-feira decreto permitindo o funcionamento de bares e restaurantes apenas no sistema delivery até 12 de março.

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“Cada prefeito tem a responsabilidade por seu município. Em Matinhos o sistema está em colapso. Não posso esperar decisão do governo se o povo da minha cidade está morrendo”, argumenta o prefeito de Matinhos.

A prefeitura de Guaratuba, por sua vez, afirma que mesmo aguardando o decreto estadual para avaliar se adota restrições no comércio, já reforçou a fiscalização das medidas preventivas. “Fizemos cerca de 2 mil notificações ao longo da temporada, boa parte delas eram orientações. Agora chegou o momento de tolerância zero, porque o pessoal está se folgando na prevenção. Se precisar multar, vamos multar. Se precisar prender, vamos prender”, enfatiza o prefeito Roberto Justus (PSDB).

Além de força total na fiscalização, Justus confia que o fim da temporada de verão no litoral deva contribuir para a queda de casos de Covid-19. “Acredito que com a queda no número de pessoas na praia e a radicalização na fiscalização, até o fim de março a cidade possa frear a doença”,avalia o prefeito.

Em Paranaguá, maior cidade do litoral e que absorve a maior parte dos atendimentos de toda a região, a fiscalização das medidas sanitárias também será reforçada. Além disso, a prefeitura deve restringir o acesso a parques e praças a partir da próxima semana. O Hospital Regional de Paranaguá, único do litoral com leitos de UTI, está com ocupação máxima na ala de atendimento de Covid-19.

“Paranaguá continua fazendo as fiscalizações com a Guarda Municipal e Vigilância Sanitária e semana que vem teremos provavelmente o fechamento de praças e parques para evitar aglomerações”, explica o prefeito Marcelo Roque (Podemos), que é presidente da Associação dos Municípios do Litoral, também em entrevista ao jornal Meio Dia Paraná.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]