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Lojas menores com gôndolas mais baixas e maior variedade de produtos estão ganhando a preferência dos brasileiros. Foto: Marcelo Miranda/divulgação.
Comércio voltou a funcionar aos sábados em Curitiba| Foto:

A reabertura gradual do comércio e o afrouxamento das medidas restritivas de circulação por conta da pandemia de Covid-19 estão fazendo aumentar a confiança dos empresários paranaenses. O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), mensurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), subiu 8% neste mês, ao passar de 75,2 pontos em julho para 81,1 pontos agora em agosto.

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O índice de confiança do empresário paranaense está maior do que a média nacional, que marca 78,2 pontos. Este é o segundo mês consecutivo de crescimento no estado e demonstra que os empreendedores estão esperançosos na retomada da atividade econômica. Apesar desta elevação, o indicador está abaixo dos 100 pontos, e ainda é considerado desfavorável. A última vez que o índice esteve acima dos 100 pontos foi em abril deste ano.

O boletim semanal da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa) também mostra a recuperação da maioria dos setores do comércio. Pela primeira vez desde março, a maior parte dos 11 setores avaliados (oito deles) registrou aumento nas vendas em relação ao mesmo período de 2019. Cinco deles já tem vendas acumuladas em 2020 superiores às do ano passado. Os setores de vestuário, calçados e de restaurantes e lanchonetes, no entanto, seguem sofrendo com a pandemia e acumulando perdas.

De acordo com o boletim da Sefa, elaborado com dados da Receita Estadual e do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social), os setores de supermercados e de farmácias não sofreram impacto durante a pandemia. Os supermercados acumulam alta de 10% nas vendas, enquanto as farmácias, 6%.

O primeiro setor a demonstrar recuperação foi o de áudio, vídeo e eletrodomésticos. Depois de chegar a registrar queda de 24% em abril, o setor vem de três meses seguidos de crescimento, e, nas duas primeiras semanas de agosto, incentivado pelo dia dos pais, cresceu 49%, em relação ao ano passado. No acumulado, o aumento das vendas já é de 7%. Materiais de construção (3%) e informática e telefonia (1%) são outros dois setores que já se recuperam das perdas dos meses anteriores e apresentam crescimento acumulado.

O setor de cosmético, perfumaria e higiene pessoal, bem como o de cama, mesa e banho, registram alta nas vendas pela primeira vez desde março, mas o acumulado ainda é negativo (8% e 15%, respectivamente). O mesmo aconteceu com um dos setores mais afetados no da pandemia, o de automóveis, que chegou a registrar queda de 55% em abril. As venda de veículos novos cresceu 1% na primeira quinzena de agosto, mas o acumulado é de 17% de perdas.

Vestuário, calçados e restaurantes seguem em crise

Mesmo registrando perdas menores que nos meses anteriores, os três setores do comércio mais afetados pela pandemia seguem com queda nas vendas. O setor de vestuário, que já chegou a registrar 63% de queda em abril, vendeu 15% menos nesta quinzena e acumula 29% de perdas. Calçados somam perdas de 34%, com a queda de 23% nas vendas de agosto, até o momento.

Já os restaurantes e lanchonetes, que passaram grande parte da pandemia fechados ou funcionando com uma série de restrições por conta das medidas de prevenção adotadas pelo governo estadual e pelas prefeituras, tiveram perda de 42% na primeira quinzena de agosto e acumulam 36% de perdas no ano, pois vinham de crescimento considerável em janeiro e fevereiro. Confira a variação nas vendas por produto:

Para o presidente da Associação Comercial do Paraná, Camilo Turmina, os números refletem a nova realidade do comércio. “O setor de restaurantes, de entretenimento, assim como o da educação, são os grandes prejudicados no momento. As restrições que a pandemia impõem os deixam em situação com poucas saídas. Estamos vendo muitos pontos sendo entregues, estabelecimentos fechando. Os demais setores vão retomando, cada um na sua velocidade e de acordo com a necessidade do consumidor”, diz.

“Os artigos de primeira necessidade retomam as vendas mais rapidamente, outros, como o de eletrônicos, tornaram-se mais necessários com as pessoas mais tempo em casa. O inverso aconteceu com vestuário e calçados, por exemplo. Com as pessoas saindo menos, sem eventos sociais, diminuiu a necessidade de compra destes itens”, avalia.

Comércio celebra Primeiro fim de semana de funcionamento em dois meses na capital

O presidente da Associação Comercial do Paraná também comemorou a revisão da bandeira da situação epidemiológica da Covid-19 em Curitiba. Com a passagem de laranja para amarela na bandeira da capital, o comércio pode abrir neste sábado, pela primeira vez desde 13 de junho. “O sábado é fundamental para o comércio. Muita gente que trabalha durante toda a semana, só tem o sábado para fazer suas compras. E isso ficou comprado neste final de semana, o movimento foi extraordinário”, comentou Camilo Turmina.

Para ele, a revisão da bandeira além de permitir a abertura aos sábados e acabar com as restrições de horários no comércio, serve como um sinal à população que o pior da pandemia já passou. “Tão importante quanto poder abrir, é o comércio ter para quem vender. E as pessoas sabem, agora que, com máscara, lavando as mãos e mantendo a distância umas das outras, é seguro sair de casa e comprar o que está precisando. Aprendemos muito neste período de quarentena que foi tão cruel conosco. Conhecemos melhor os vírus, sabemos as formas de transmissão e sabemos o que temos que fazer para seguir a vida nos expondo ao menor risco possível. Voltamos praticamente ao normal, pois o normal, agora, será esse, com rígidos protocolos de higiene e sem aglomerar pessoas em nenhum lugar”, disse.

"Reconquistamos o nosso direito de ir e vir, de funcionar no horário que acharmos correto. Não testamos mais proibidos de trabalhar", concluiu.

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