Depois de atingir o valor mais alto desde abril na última semana, a taxa de retransmissão do coronavírus no Paraná teve uma considerável desacelerada nos últimos dias. Após um pico de 1,63, registrado no dia 16 de junho, o índice, chamado de Rt caiu para 1,08 na última quinta-feira, de acordo com monitoramento do departamento de estatística da Universidade Federal do Paraná, em parceria com o setor de epidemiologia do Hospital de Clínicas.
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O índice indica quantas pessoas estão sendo contaminadas por um paciente confirmado de Covid-19. O que significa que, na semana passada, cada 100 casos confirmados estavam gerando outros 163 novos doentes. Nesta semana, 100 infectados estão contaminando outros 108.
Um índice de 1,08, no entanto, ainda indica que o número de novos casos e de novas mortes, tende a ser maior a cada dia. Para que a curva comece a baixar, esta taxa de retransmissão precisa estar abaixo de 1.
“Com o índice em 1,01, o número de novas pessoas se contaminando segue crescendo ao longo do tempo, o que levaria, mais cedo ou mais tarde, ao colapso do sistema de saúde pela falta de leitos. Mas quanto maior esse Rt mais exponencial é o crescimento diário. Por isso todos aqueles alertas das autoridades de saúde na semana passada”, explica o infectologista Bernardo Montesanti de Almeida, do serviço de epidemiologia do HC, um dos responsáveis pelo estudo.
Apesar de calcular os índices de retransmissão tanto com base no número de casos quanto no número de óbitos, o professor de estatística da UFPR Wagner Bonat, também coautor do estudo, explica que, para efeitos de comparação, o índice com base em óbitos é o mais confiável por não estar vulnerável à alteração na política de testagem, que pode ocasionar mais ou menos casos confirmados de acordo com o número de testes feitos.
Essa desaceleração do índice de retransmissão se reflete num aumento menos acentuado das mortes. Embora o número de mortes nesta semana (132 entre o dia 19 e o dia 26) seja maior do que as 125 da semana anterior, o crescimento se deu em menor escala. Do dia 12 para o dia 19, o número de mortes subiu 42%. Agora, subiu 31%.
Mas o crescimento desta semana ainda é mais elevado do que o registrado entre 5 de 12 de junho, quando o estado foi de 232 para 294 mortes (numa alta de 26%). Com a base cada vez maior, já são 551 morte no Paraná, um crescimento de 31% nos próximos sete dias indicaria 170 mortes na próxima semana. O número só será menor, quando o Rt estiver abaixo de 1.
O Paraná chegou a registrar taxa de retransmissão (Rt) abaixo de 1. No período entre 6 e 17 de maio, com o menor índice (0,77) sendo alcançado no dia 12. Desde então, o índice começou a subir, até atingir o valor mais alto na semana passada.
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