O caminho entre Curitiba e o Porto de Paranaguá deverá ter um novo trecho de vias administradas pela iniciativa privada. As avenidas Bento Rocha e Ayrton Senna da Silva, duas importantes vias municipais de ligação ao Porto, foram incluídas no pacote das novas concessões de pedágio no Paraná, que deverão ser licitadas após o fim dos contratos atuais, que encerram em novembro deste ano.
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Nesta terça-feira (16), representantes do Ministério da Infraestrutura (Minfra) e da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), também ligada ao governo federal, explicaram os detalhes do projeto, durante reunião técnica online, com prefeitos e entidades do setor produtivo paranaense.
Segundo o projeto, a empresa ganhadora da nova concessão ficará responsável pela manutenção do asfalto na Av. Bento Rocha, além da realização de obras de duplicação, construção de vias marginais, ciclovias e diversos cruzamentos em desnível na Av. Ayrton Senna, separando o fluxo urbano de veículos da movimentação de caminhões em direção ao Porto de Paranaguá.
Não há previsão de instalação de novas praças de pedágio entre a capital e o Litoral. As obras, no entanto, estão previstas para começar somente no quinto ano do contrato, sendo finalizadas até o sétimo ano. Além do trecho que leva ao porto, o Lote 2 das novas concessões engloba também as PRs 407 e 508, que dão acesso às praias, onde devem ocorrer duplicações, ampliações do acostamento e construção de ciclovias.
Durante a reunião, os prefeitos de Morretes e Antonina pediram a reinclusão no projeto dos trechos de rodovia estaduais que ligam as duas cidades e que dão acesso também ao Porto de Antonina. Pela programação feita pelo Minfra para as novas concessões, estes trechos não estariam no pacote.
"Estamos reunindo sugestões. Faremos as contas de quanto essa inclusão vai custar a mais na tarifa do pedágio e traremos para a sociedade", afirmou, durante o encontro, o diretor de Rodovias do Minfra, Guilherme Bianco.
Entre as obras destacadas pelo diretor para o trecho, está ainda a criação de faixas adicionais no perímetro urbano da BR-277, desde a região do Jardim Botânico, em Curitiba.
Lote 2 engloba Litoral e Norte Pioneiro
Além do trecho entre Curitiba e o Litoral, o Lote 2 das novas concessões - foco das discussões desta terça-feira - compreende também o trecho que parte de Ponta Grossa em direção ao Norte Pioneiro, abrangendo as PRs 151 e 092 e as BRs 153 e 369. No total, são 576 km de rodovias, que passam por cidades como Carambeí, Castro, Santo Antonio da Platina, Jacarezinho e Cornélio Procópio.
Para as rodovias do interior do estado estão previstas duplicações e a construção e a melhoria de viadutos e outros cruzamentos em desnível, mas há também a previsão de criação de pelo menos duas novas praças de pedágio, nos municípios de Sengés e Quatigá.
Para todo o Lote 2, estão previstos investimentos de R$ 8,19 bilhões, além de custos operacionais de R$ 6,05 bilhões ao longo dos 30 anos de concessão.
As obras previstas incluem 382 km de duplicação, 193 km de faixa adicional ou terceira faixa, 71 km de marginais, 58 passarelas, 31 edificações (como postos de fiscalização ou de atendimento ao usuário) e 106 obras de arte especiais, como viadutos e trincheiras.
Cronograma de investimentos
Seguindo o modelo padrão para todos os seis lotes a serem concedidos nas novas licitações, no primeiro ano de contrato estão previstos apenas trabalhos de melhoria da segurança das vias, como recuperação de pavimento, roçada e sinalização. O investimento nessa fase será de R$ 121 milhões.
Entre o primeiro e segundo anos há a previsão de um investimento de R$ 113 milhões na construção de edificações, como postos de fiscalização e atendimento ao usuário. As obras de recuperação de estruturas iniciam também no segundo ano, e vão até o quinto, consumindo R$ 621 milhões.
Os gastos mais robustos, assim como nos outros lotes, começam apenas no terceiro ano dos contratos. Serão R$ 3,59 bilhões em obras de ampliação e melhoria da capacidade viária (duplicações, terceiras faixas), que deverão ser finalizadas antes do décimo ano de concessão.
Ainda, entre o sexto e o trigésimo ano, estão previstos R$ 2,79 bilhões em obras de manutenção. Ao longo de todo o contrato há a estimativa de investir R$ 526 milhões em equipamentos e sistemas de monitoramento por vídeo em 100% das rodovias, além de despesas socioambientais, concentradas entre o primeiro e nono anos, com R$ 422 milhões.
População pode sugerir modificações
As reuniões técnicas ocorrem ao longo da semana, uma para cada lote de concessão. Os encontros são organizadas pelo G7, grupo composto pelas principais entidades do setor produtivo paranaense, e com a participação de representantes do Ministério da Infraestrutura e Logística (Minfra) e da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), que apresentam os detalhes do projeto e respondem às dúvidas dos participantes. Veja o cronograma de reuniões.
O projeto para licitação das novas concessões das rodovias paranaenses - os contratos atuais vencem em novembro desse ano - divide os 3.327 km de rodovias a serem concedidas à iniciativa privada em seis lotes. No total, estão programados 1.783 km de duplicação, a serem iniciadas a partir do 3º ano e finalizadas até o 9º ano do contrato.
O prazo para envio de sugestões aos projetos, por escrito, ainda está aberto, até o dia 22 de março. A população pode sugerir a inclusão ou exclusão de trechos, a modificação dos locais onde serão construídas passarelas e viadutos, bem como a implementação de ciclovias e vias marginais. As observações devem ser formalizadas no site da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que deverá responder uma a uma.
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