| Foto: Divulgação / Natureza Urbana

“Esse processo vai resgatar realmente o desenvolvimento da cidade. Vai destacar um dos nossos maiores patrimônios: a questão de Maringá ser uma cidade planejada”. É assim que a arquiteta e urbanista Fernanda Marostica, diretora de Planos e Projetos Territoriais do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Maringá (Ipplam) cita a importância da revitalização do Eixo Monumental da cidade, na região Noroeste do Paraná.

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O projeto de reestruturação deve ser entregue até fevereiro deste ano. O planejamento está em fase de finalização, com aprovação de obras junto a órgãos externos à prefeitura, como a Companhia de Energia Elétrica (Copel). Serão 169.020,93 m² revitalizados, numa extensão de quase 1,8 km, desde a Catedral da cidade até a Vila Olímpica. Os recursos financeiros disponíveis para execução das obras são de, no máximo, R$ 50.000.000 (cinquenta milhões de reais), segundo edital publicado.

Para a diretora do Ipplam a grande riqueza da reestruturação está na possibilidade de transformar o “coração” de Maringá em um espaço de convivência e de qualidade de vida. “O intuito maior é trazer as pessoas para o centro. A ideia é resgatar essa cultura e fazer com que as pessoas circulem mais pela cidade”, pontua.

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O projeto está dividido em sete trechos: Praça da Catedral (entre a Avenida Papa João XXIII e a Avenida Tiradentes), Praça Deputado Renato Celidônio (entre Avenida Tiradentes, Avenida Duque de Caxias, Avenida XV de Novembro e Avenida Herval), Avenida Getúlio Vargas (entre Avenida XV de Novembro e Avenida Brasil), Praça Raposo Tavares e Quadra da Antiga Rodoviária (entre Avenida Brasil e Avenida Tamandaré), Novo Centro (entre Avenida Advogado Horácio Raccanello Filho e Avenida João Paulino Vieira Filho), Travessa Jorge Amado (entre Avenida João Paulino Vieira Filho e Avenida Prudente de Morais) e Vila Olímpica (entre Avenida Prudente de Moraes, Avenida Duque de Caxias, Avenida Colombo e Avenida Herval).

Intervenção urbana começará no entorno da catedral de Maringá, um dos ícones da cidade paranaense| Foto: Divulgação / Natureza Urbana

A área total do Eixo Monumental também considera as vias que são perpendiculares: Avenida Tiradentes, Avenida XV de Novembro, Avenida Brasil, Avenida João Paulino Vieira Filho e Avenida Prudente de Morais.

O primeiro trecho a ser revitalizado fica entre a Praça Raposo Tavares (região da antiga rodoviária) e o Novo Centro (onde está o obelisco). Segundo a diretora do Ipplam, as obras devem ter início nesses pontos devido ao novo Terminal Urbano, que deve ser inaugurado no início de 2020. A estimativa da prefeitura é de que, por dia, 30 mil pessoas circulem na região do terminal.

No final de 2018, o escritório de Arquitetura e Urbanismo Natureza Urbana Planejamento Integrado, de São Paulo, venceu o concurso promovido pela prefeitura de Maringá para escolha dos responsáveis por elaborar o projeto de revitalização do Eixo Monumental. A empresa vai receber o valor de R$ 1,15 milhão.

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Uma das preocupações elencadas pela prefeitura é de que o Eixo Monumental promova um espaço seguro para pedestres, ciclistas e também para as crianças. Por esse motivo, o piso será em nível, com objetivo de garantir acessibilidade a todas as pessoas. Também haverá o alargamento de calçada em diferentes pontos, para que veículos que transitem pelas vias reduzam a velocidade e a convivência seja mais tranquila.

O projeto atual prevê ciclovias integradas, jardins, anfiteatro a céu aberto, arquibancadas, quiosques, quadras poliesportivas, mesa de ping pong, pista de skate, parque infantil, cachorródromos (espaços dedicados a animais de estimação). Tudo para atrair o maringaense para o espaço. Segundo a arquiteta Manoela Machado, sócia fundadora da Natureza Urbana, as transformações urbanísticas vão dar vida ao centro da cidade. “Os carros vão continuar passando pelo local, mas não serão mais protagonistas, serão as pessoas”, esclarece.

A arquiteta acrescenta que Maringá sai na frente de outras cidades do país e do mundo ao propor a revitalização do Eixo Monumental. “Poucas cidades do Brasil, ainda mais que não são capitais, estão tão preparadas, com princípios que já se usam em outros países. Acho que essa iniciativa condiz muito com o que já é Maringá, uma cidade planejada”, completa.