Dois dias depois de ser alçado ao posto de líder do governo Bolsonaro na Câmara Federal, o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) está no centro de uma denúncia por suposto recebimento de propina. O site O Antagonista publicou parte da delação premiada do ex-presidente da Galvão Engenharia, alegando que pagou R$ 5 milhões a Barros para facilitar negociações com a Copel. O deputado reagiu em nota, se disse surpreso, negou pagamentos ilegais e pediu à Procuradoria-Geral da República que apure o vazamento de parte da investigação.
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Segundo a publicação, o dinheiro foi repassado entre 2011 e 2014, sendo R$ 1,55 milhão em espécie e outros R$ 3,53 milhões em doações eleitorais ao Diretório Nacional do PP no momento em que Barros era tesoureiro do partido. A delação foi feita por Dario de Queiroz Galvão Filho, na época presidente da Galvão Participações, controladora do grupo. Ele declarou que queria vender ativos do setor de energia e queria se aproximar da diretoria da Copel.
De acordo com a delação, com a ajuda de Barros, conseguiu em 2011 negociar com a estatal paranaense 49,9% de sua participação na São Bento Energia, proprietária de parques eólicos em construção. Uma segunda rodada de ajuda para a venda dos ativos restantes teria acontecido em 2013.
Em nota, Ricardo Barros informou que solicitou ao procurador-geral da república, Augusto Aras, a investigação administrativa e criminal para identificar e apurar possível abuso de autoridade no vazamento ilegal de supostas delações premiadas. Ele também se disse surpreso com a menção ao seu nome na delação, que o que foi relatado não corresponde aos fatos e que provará a sua inocência. Ainda pediu acesso ao procedimento de investigação para prestar esclarecimentos.
Procurada, a Copel informou que fez um comunicado ao mercado sobre a situação. Em nota, a empresa declarou que recebeu do Supremo Tribunal Federal (STF), em 09 de agosto de 2019, carta de ordem referente a fatos ocorridos nos anos de 2011 e 2013. No documento, o STF comunica que a Copel tem valores a receber no montante de R$ 614.651,10, referentes a multa extrapenal depositada em juízo por executivo de empresa que realizou colaboração premiada junto ao Ministério Público Federal. O processo, no qual a Copel é vítima, corre sob sigilo no STF.
Ainda segundo a nota, ao tomar conhecimento, a atual diretoria, empossada em 2019 e que não conta com nenhum membro do período investigado, que se deu em outra administração do Estado do Paraná, tomou de imediato as seguintes medidas: (i) informou os órgãos estatutários da Companhia sobre os fatos; (ii) recebeu do Conselho de Administração da Copel a aprovação, em setembro de 2019, para a constituição de comissão de investigação, com membro externo independente, a qual está em andamento; (iii) informou os órgãos de controle externo e autoridades competentes.
Simultaneamente, a Copel solicitou ao Supremo Tribunal Federal acesso ao processo para se informar do seu inteiro teor. Apesar de reiteradas solicitações, até o presente momento não foi disponibilizado o acesso aos autos. Cabe informar, também, que até aqui o valor referente à multa não foi depositado na conta da Companhia. A Copel tem interesse no esclarecimento do episódio, no qual é vítima, bem como na apuração e providências de acordo com a justiça brasileira.
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