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Lançamento oficial do Programa Amigo dos Rios, em abril, na Praça Arlene Maria Hansel, no bairro Guabirotuba, com limpeza do córrego, plantio de árvores e demonstração da fiscalização de ligações de esgoto.
Lançamento oficial do Programa Amigo dos Rios, em abril, na Praça Arlene Maria Hansel, no bairro Guabirotuba, com limpeza do córrego, plantio de árvores e demonstração da fiscalização de ligações de esgoto.| Foto: Luiz Costa/ SMCS

Envolver a comunidade, e não apenas o poder público e as companhias de saneamento, em projetos para melhorar a qualidade dos rios urbanos – reflexo direto da falta de saneamento básico nas grandes cidades – tem sido a aposta da prefeitura de Curitiba.

Apesar do alto índice de coleta e tratamento, a capital paranaense possui a maioria dos seus rios poluídos. A partir dessa ideia surgiu o Programa Amigo dos Rios, que começou como um projeto piloto na sub-bacia do Rio Cajuru, que integra a Bacia do Rio Belém, um curso de água que corta a cidade passando por algumas das áreas mais adensadas e urbanizadas. O projeto já se espalhou para outras seis sub-bacias do Belém.

Não por acaso esse rio foi escolhido como ponto de partida do programa. Além de ser genuinamente curitibano (nasce e termina dentro do perímetro da cidade), o rio possui uma das bacias mais poluídas. Reflexo, segundo a prefeitura e especialistas, de diversos problemas, como ligações irregulares de esgoto, acúmulo de lixo e a poluição difusa (ocasionada pela própria sujeira de veículos, ruas e mobiliário urbano que, com as chuvas, escorre para dentro do rio).

O diretor do Departamento de Recursos Hídricos e Saneamento da Secretaria de Meio Ambiente de Curitiba, Ibson Gabriel Martins de Campos, conta que o programa integra ações de vistorias nas ligações de esgoto, educação ambiental, plantio de vegetação nas margens dos rios, limpeza e dragagem dos lagos dos parques usados como forma de contenção da água das chuvas. “É ideia é visitar imóvel por imóvel, trabalhando em conjunto com escolas e igrejas e formando comitês locais para conscientizar a população da importância de cuidar dos rios”, explica.

Segundo o gestor público, a Sanepar deve investir R$ 3,5 bilhões em saneamento nos próximos dez anos, conforme prevê o contrato com o município. Uma das ações mais interessantes previstas dentro do escopo do Amigo dos Rios é a construção de pequenas “estações de tratamento” com plantas para despoluir a água. “Criamos uma estrutura, fora do corpo do rio, e desviamos uma parte da água que passa por essa estrutura com plantas, que faz a filtragem da água. É uma tecnologia usada na Hungria e França, por exemplo”, revela Campos. No processo, chamado de fitorremediação, a água é filtrada através das raízes das plantas.

De acordo com a prefeitura, há outros problemas pontuais em relação à coleta e tratamento de esgotos na capital. Um deles é a dificuldade de escoamento por gravidade dos efluentes por causa da topografia acidentada, especialmente na região norte da cidade. Outro problema é de conscientização, pois muita gente ainda joga lixo nos rios.

Tem ainda as ligações irregulares (esgoto ligado à rede pluvial, ou o inverso, água da chuva indo para a rede de esgoto) e as áreas de ocupação irregulares, sem rede de coleta. E também muitas pessoas não permitem a entrada dos técnicos para fazer a vistoria nos imóveis ou então são encontradas em casa.

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