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Roni Bevilacqua tinha 47 anos
Roni Bevilacqua tinha 47 anos| Foto: Arquivo da família

Ronaldo Bevilacqua Marcondes, ou Roni, como gostava de ser chamado, era um apaixonado pela arte em todas as suas facetas. Com formação acadêmica diversa - estudou Administração, Artes Visuais e Turismo -, trilhou caminhos que o levaram ao trabalho com produção e promoção de cultura. Não era artista, mas buscava acima de tudo divulgar e levar a arte ao maior número de pessoas possível. Ele faleceu no dia 3 de janeiro, aos 47 anos, devido a um infarto repentino enquanto praticava uma de suas atividades preferidas, a pedalada.

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Roni era uma agenda cultural ambulante. Sempre sabia quais espetáculos estavam acontecendo na cidade, a programação para o fim de semana e tinha boas sugestões de passeios específicos para cada data. Isso valia para exposições de arte, espetáculos de teatro e dança, shows, concertos e sessões de cinema. Além disso, utilizava o conhecimento adquirido no curso de guia turístico para ser o guia particular da família e dos amigos.

O primeiro sinal de envolvimento com as artes veio na vontade de cursar Arquitetura, já que desenhar prédios era uma de suas atividades preferidas durante o curso médio-técnico de Edificações no antigo CEFET. Porém, em vez dos projetos partiu para a Administração, graduação que concluiu e função que exerceu em um cargo relacionado à gestão na Prefeitura de Curitiba. Depois, a formação em Artes Visuais lhe deu mais propriedade para tratar de assuntos dos quais já gostava e aguçou o intuito de disseminar cultura. O gosto infantil de brincar de encenação se desenvolveu ao longo dos anos como interesse pelas artes cênicas, mas não chegou a fazer teatro.

Paixão e criatividade no preparo das aulas

Há quase dez anos, atuava no SESC Água Verde, onde descobriu que também amava ensinar. O arcabouço de cursos que ministrava era vasto, mas sempre voltado ao desenvolvimento cultural das pessoas e à divulgação da arte. No preparo das aulas, envolvia a realidade de quem participava. “Para preparar uma aula de desenho de textura, por exemplo, ele levava uma folha de planta aqui do quintal”, conta Dalva Teresinha Bevilacqua Marcondes, mãe de Roni. Lecionava sobre a história de cidades pelo mundo e sobre cinema, entre outros temas.

“Ele era muito amoroso, estava sempre abraçando as pessoas de quem gostava”, relembra a irmã Ana Amélia Bevilacqua Marcondes. Durante o período mais perigoso da pandemia, quando ainda não havia vacina, tomou todas as providências para que os pais, idosos, pudessem ficar em casa e se proteger do vírus. Ia ao mercado para que eles não se expusessem e vivia lembrando da importância de higienizar as mãos e itens que viessem da rua.

Quando a situação começou a ficar mais amena, voltou a planejar viagens pelo Paraná, uma de suas atividades favoritas. Roni era daquelas pessoas que planejava cada detalhe das viagens que faria nas férias com bastante antecedência. E quando visitava qualquer local por motivo que não fosse lazer, dava um jeito de reservar algum tempo para conhecer o que os arredores tinham para oferecer em termos de turismo.

Sempre que podia, utilizava a bicicleta para ir ao trabalho, e a partir deste hábito entrou no círculo do cicloativismo, defendendo a bike como meio de transporte e como parte de um modo de vida menos nocivo ao meio ambiente. Ela também era sua parceira na hora de “turistar” pela natureza.

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