O ex-deputado federal e ex-deputado estadual Valdir Rossoni (PSDB) virou réu neste mês em uma ação civil pública ligada à Operação Quadro Negro. A decisão, do último dia 9, é assinada pelo juiz Luís Mauro Lindenmeyer Eche, da 1ª Vara da Fazenda Pública de União da Vitória.
O tucano, de acordo com o Ministério Público do Estado do Paraná (MP-PR), teria se beneficiado de dinheiro destinado a obras de escolas em Bituruna, seu reduto eleitoral. Ele nega. Rossoni responderá por improbidade administrativa junto com outras cinco pessoas, incluindo seu filho Rodrigo Rossoni, ex-prefeito de Bituruna.
O ex-parlamentar já é alvo de outra ação civil pública derivada da Operação Quadro Negro, e em trâmite na 5ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba. Ele também é investigado no âmbito criminal.
O advogado José Cid Campêlo Filho, que defende Rossoni no caso, disse nesta terça-feira (16) à Gazeta do Povo que ainda não foi intimado e que se manifestará apenas após ser comunicado da decisão. “Se foi contra, vamos reverter sem nenhuma sombra de dúvida”, antecipou ele.
O caso
O processo foi aberto em fevereiro de 2017, mas Rossoni foi incluído na peça de acusação somente em junho de 2018, a partir do avanço da Operação Quadro Negro em Curitiba, que ganhou corpo a partir de delações.
O aditamento à acusação tem ligação com o depoimento de um dos delatores da Quadro Negro, o empresário Eduardo Lopes de Souza, dono da Valor Construtora. O empresário afirma que venceu as licitações na prefeitura de Bituruna com ajuda de Gerson Nunes da Silva, então funcionário de Rossoni. E que, a cada transferência de dinheiro destinado às obras, 10% era desviado para o então deputado estadual Valdir Rossoni, a título de propina. Gerson Nunes da Silva, que também virou réu no mesmo processo, nega a acusação.
O delator se refere a sete licitações, organizadas pela prefeitura de Bituruna entre os anos de 2011 e 2012. Entre as licitações, quatro envolviam construção ou reforma de escolas. O dinheiro era do governo do Paraná, repassado ao município por meio de convênios. Ao contrário das obras realizadas pela Valor Construtora em outras cidades do Paraná, os serviços em Bituruna teriam sido concluídos.
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