Rosy de Sá Cardoso, um dos grandes nomes do jornalismo do Paraná, falecida nesta quinta-feira (3), tinha um grande prazer em viajar. Foi por saber disso que o jornalista Francisco Cunha Pereira Filho, à frente da Gazeta do Povo, propôs que ela criasse um caderno de turismo para o jornal. Rosy aceitou o convite e permaneceu como editora por mais de 30 anos.
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Sua cidade favorita era Hong Kong. Fez três grandes viagens à China com intervalo de duas décadas entre cada uma delas. Mas não precisava ir tão longe para saciar sua curiosidade: fazia muitas viagens curtas, de carro, principalmente para o interior de Santa Catarina.
Todos os anos, ela e a irmã Regina planejavam com cuidado o roteiro que fariam nas férias. Em um deles, no início dos anos 1970, embarcaram em um navio cargueiro que faria um longo percurso passando por vários países. Neste navio, em que se distraia ensinando inglês para alguns marinheiros, Rosy adquiriu o hábito que a acompanharia para o resto da vida: o de tomar uísque com gelo feito de suco de laranja, conforme sugestão do barman chinês da embarcação.
Quando estava na casa dos 80, fez parte de um grupo de senhoras que se reunia para tomar uma cervejinha uma vez por semana. Outro grupo de encontros, parte de sua rotina, era o “chá das primas”, que ocorria uma vez por mês. As primas eram muitas, todas elas longevas, mas apenas uma sobreviveu à Rosy.
A família de Rosy era formada por vários braços de tradicionais clãs curitibanos, todos de sobrenome portugueses e que se instalaram aqui antes da chegada dos imigrantes que deram a cara atual da cidade. Eram famílias antigas. Muitos nomes de rua de Curitiba invocavam nela a recordação de laços familiares. Estimulada por esse conjunto de relações pessoais interligadas com a história do Paraná, tornou-se uma historiadora diletante. Pesquisou e escreveu sobre vários temas para a revista do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná.
Rosy de Sá Cardoso era uma pessoa de hábitos arraigados, metódica, avessa a extravagâncias, curiosa, honesta e generosa. Talvez as características que a farão mais lembrada sejam a sinceridade e a generosidade que dispensava a quem julgava precisar de ajuda. Era incapaz de fazer um elogio apenas para ser simpática. Aliás, Rosy não fazia questão de ser simpática e, ainda assim, especialmente nos seus últimos anos na redação da Gazeta do Povo, conquistou o carinho dos jovens repórteres e fotógrafos com quem convivia. Nunca demonstrava se espantar ou se chocar com qualquer coisa que dissessem, apenas se divertia com eles. Tampouco Rosy mentia ou criticava pelas costas. Reclamar de alguém ou de algo era um ato penoso para ela. Não se permitia a autopiedade e nem a aceitava nos outros.
Quanto a sua generosidade, era praticada continuamente com as pessoas que ocupavam as posições mais humildes dos ambientes por onde ela circulava. Manteve alguns amigos de longa data que a visitavam no apartamento da Lamenha Lins.
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