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Barragem do Iraí, que no fim de junho estava com 43,15% da capacidade.
Barragem do Iraí, que no fim de junho estava com 43,15% da capacidade.| Foto:

O rodízio de água em Curitiba, uma realidade forçada pela crise hídrica pela qual a cidade passa desde 2020, pode ser afrouxado a partir de outubro. A avaliação é do diretor de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, Julio Gonchorosky. Mas, para tanto, é preciso que os usuários continuem economizando no consumo de água e que o regime de chuvas volte ao normal em julho e agosto.

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Em entrevista por telefone à Gazeta do Povo nesta segunda-feira (28), o diretor da Sanepar fez questão de diferenciar o rodízio do racionamento, e afastou a possibilidade de optar por esta segunda opção, pelo menos por enquanto. “Parece, mas não são sinônimos. O rodízio é quando ainda se tem um certo controle sobre a situação, eu mantenho o fornecimento por 60 horas e faço a interrupção por outras 36 horas. O racionamento acontece quando não se tem mais nenhum controle, eu interrompo o fornecimento sem saber quando vou normalizar o serviço novamente”.

Gonchorosky classificou o último mês de abril como o “pior possível” para Curitiba. Isso porque, segundo o diretor, choveu menos de 10% do que o esperado para o mês e houve muitos dias de sol e céu aberto, o que favoreceu a evaporação da água dos reservatórios. Em junho, porém, a situação começou a mudar.

“Choveu até mais do que a média e foi um mês bastante nublado. Teve pouca evaporação, e com as chuvas conseguimos ganhar o equivalente a 40 dias nos reservatórios. Nós começamos o mês com 53,17% de capacidade, e hoje temos 54,39%. Esse é o mesmo índice que tínhamos em 30 de maio, por isso dizemos que ganhamos esses 40 dias”, explicou.

Se essas condições se mantiverem pelos próximos dois meses, garante o diretor, a hipótese de um rodízio mais restritivo está afastada. O fornecimento intermitente de água vai continuar, explicou Gronchorosky, sendo alternado entre 60 horas de abastecimento contra 36 horas de torneiras secas. Caso outros fatores meteorológicos colaborem, as medidas poderão ser afrouxadas.

Esperança em La Niña mais fraca ou inexistente

“Vamos manter o padrão 60 por 36 até o fim do inverno, mas só se tivermos chuvas dentro da normalidade. A partir daí a meteorologia diz que o fenômeno La Niña, que é quem bloqueia nossas chuvas, vai estar mais fraco neste ano, ou mesmo nem vai chegar a atuar. Se essa neutralidade meteorológica realmente se confirmar e se os volumes de chuva forem os normais, nós poderemos reduzir o rodízio já a partir de outubro”, revelou.

Por enquanto, a população deve continuar com o consumo consciente da água. O diretor parabenizou a população por ter mantido uma redução de 15%, em média, no consumo desde maio do ano passado. Ele acredita que os novos hábitos forçados pelo rodízio devem permanecer em uso pelos consumidores.

“As mudanças de hábito do consumidor têm sido, de certa forma, permanentes. Muita coisa que gerava desperdício de água não acontece mais. Quem colocou um redutor de fluxo de água na torneira da cozinha dificilmente vai retirar esse redutor quando a crise passar. O hábito de fechar a torneira ao escovar os dentes provavelmente vai ficar, diferente do tempo de banho que volta a aumentar em alguns casos. Nós acreditamos que quando toda essa crise hídrica passar, as pessoas vão manter seus novos hábitos de redução de consumo. A grande lição que fica com toda essa estiagem é que preservar a água e os mananciais é algo muito importante”, avaliou.

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