A secretária de saúde de Curitiba Márcia Huçulak fez um desabafo durante Audiência Pública de Prestação de Contas da Saúde na Câmara de Curitiba. Questionada pelo vereador Alexandre Leprevost (SD), ela destacou que vem sendo muito criticada, embora não tome as decisões sozinha, disse que está em posição incômoda à frente da luta contra a pandemia na capital e que não tem prazer algum em ter que lidar com a grave emergência sanitária. Pouco tempo depois desta audiência pública, Curitiba anunciou a renovação da bandeira laranja pelo menos até esta sexta-feira, como tentativa de controlar a alta de casos de Covid-19 na cidade.
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As declarações de Márcia Huçulak foram dadas após duros questionamentos feitos pelo vereador Alexandre Leprevost (SD). “Não tenho nada contra a pessoa da senhora, mas contra atitudes profissionais que estamos vendo…se reduzem horários de atendimentos gerando mais aglomeração das pessoas. Secretária, qual parte a senhora não entendeu, qual é o critério técnico utilizado para se definir as restrições de casa segmento?”, questionou o vereador. Assista abaixo:
Em resposta, Márcia Huçulak declarou estar vivendo um momento complicado ao comandar Curitiba por mais de um ano de pandemia. “Infelizmente, eu não gostaria de estar onde estou. Eu gostaria de sair, eu não posso. Meu desejo hoje é não estar aqui. Eu estou sendo agredida, entendo a colocação do vereador Alexandre, mas está muito difícil pra mim, pessoalmente, sou uma profissional com 35 anos de experiência e não queria estar aqui. Queria estar muito longe daqui, em nenhum momento desejei isso. Nenhum momento eu tenho prazer”, disse, sem esconder o desconforto por ter que responder pelas polêmicas medidas tomadas contra a pandemia na cidade.
Além disso, Márcia Huçulak explicou ao vereador sobre quem toma das decisões de abrir ou fechar estabelecimentos em Curitiba e cobrou debate da câmara com o “outro lado” desta pandemia: o pessoal da saúde. “Nosso comitê passa horas reunido com profissionais renomados…sugiro que a Câmara faça uma audiência pública e ouça o outro lado também, os diretores de hospitais, CRM, Coren. Façam um grande debate. Eu só tentei fazer o bem da sociedade. Lamento e sinto muito as perdas econômicas. Enquanto eu for responsável por esta pasta, o maior objetivo meu e da minha equipe é proteger a vida sempre”, disse.
Na mesma audiência com os vereadores, Márcia Huçulak lembrou que as equipes da prefeitura que trabalham no combate à pandemia relataram agressões quando tentaram acabar com aglomerações e festas clandestinas na cidade.
A reportagem questionou a Secretaria de Saúde de Curitiba sobre a fala da secretária, mas o órgão não se posicionou a respeito.
A pandemia em Curitiba
Curitiba registrou, segundo boletim mais recente, 908 novos casos de Covid-19 e 26 óbitos de moradores da cidade infectados pelo novo coronavírus. Quinze destes óbitos ocorreram nas últimas 48 horas.
Nesta terça-feira (25), a taxa de ocupação dos 525 leitos de UTI SUS exclusivos para covid-19 está em 96%. Restam 23 leitos livres. A taxa de ocupação dos 726 leitos de enfermarias SUS covid-19 está em 101%. Não havia leitos vagos de enfermaria até o fechamento deste boletim e pacientes aguardavam em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) pela transferência.
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