Em entrevista ao telejornal Meio Dia Paraná, da RPC, o secretário de saúde, Beto Preto, explicou pela primeira vez os motivos que levaram o estado a não prorrogar a quarentena restritiva de 14 dias, encerrada na última terça-feira (14) em 134 municípios pertencentes a sete regionais de saúde do estado. Para o secretário, a baixa adesão das prefeituras e da população em geral fez com que o governo não renovasse a aposta na quarentena. Ele também reconheceu que os números fazem do momento atual o pior já vivido pelo Paraná no combate à Covid-19.
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“Durante a quarentena restritiva, tivemos adesões maiores e menores, tanto da população, quanto das prefeituras. Com muito respeito e tranquilidade, tratamos disso e fomos até o final. O que mais tem nos atrapalhado é a baixa adesão para o isolamento domiciliar. Não passamos de 41% do índice de isolamento. Precisávamos chegar a 50%. Isso nos mostra que o decreto tem valor, aconteceu, porém a adesão das pessoas não foi total”, afirmou, negando que a decisão tenha sido política.
O secretário reconheceu que a quarentena não foi renovada mesmo antes de o estado ter conseguido reduzir o número diário de novos casos e mortes pela Covid-19, mas afirmou que a medida foi fundamental para a desaceleração da curva de crescimento. “Fizemos a quarentena, vamos obter dados moderadamente razoáveis de desacelereração da curva. A média móvel vai se equilibrar, não vai subir tanto. Mas isso não é suficiente. Vamos continuar avaliando junto com as prefeituras, que estavam reunidas e vão tomar seus decretos municipais novamente com vigência, e vamos entrar juntos. E, se for necessário entrar novamente com decretos estaduais, vamos fazê-lo, sem que nenhuma força desnecessária seja utilizada”, disse.
Beto Preto citou que a ocupação de leitos de UTI será determinante para o estado decretar uma nova quarentena ou, até um lockdown, ainda mais rígido. “No Paraná tivemos poucos casos de pacientes esperando por um leito ainda não disponível. Não queremos chegar à situação ode outros estados em que pessoas morreram na fila, esperando uma vaga em UTI”.
O secretário também afirmou que a quarentena, em sua opinião, foi feita no tempo correto, “com bastante respeito às atividades econômicas no estado e, principalmente, com todo o cidadão paranaense”. Ele citou que, com as medidas restritivas, o estado prevê atingir no próximo dia 20 o número de casos previstos, anteriormente, para o dia 12 de julho (53 mil casos). “Isso demonstra que houve desaceleração, mas a curva continua crescendo. E o resultado dos 14 dias de quarentena ainda vamos encontrar nos próximos 14 a 21 dias”.
Beto Preto reforçou que houve rejeição à quarentena por parte de muitas prefeituras, criticou o decreto de Cascavel que permite, até, a abertura de casas de festas para eventos com 100 pessoas e disse que espera que cada município tome suas medidas para evitar aglomerações. “Respeito a decisão de cada prefeito, mas temos que continuar nos rearranjando. A associação odos prefeitos da Região Metropolitana de Curitiba têm dado exemplo de maturidade, buscando decisões conjuntas e tomando boas ações. As relações que, eventualmente, tenham ficado um pouco mais quentes, temos certeza que vamos ultrapassar, pois todos temos o objetivo de sair desta pandemia com a menor perda de vidas possível”.
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