Além do retorno presencial de forma híbrida por causa da pandemia de coronavírus, os alunos das escolas estaduais do Paraná terão outra novidade na volta às aulas em 18 de fevereiro: uma nova grade curricular, com inclusão da disciplina de Educação Financeira. Além disso, haverá reforço de aulas de Matemática e Língua Portuguesa. Mas para encaixar essas modificações na carga de 25 horas/aula semanais, a Secretaria de Estado de Educação e Esportes (Seed) reduziu pela metade as aulas de outras três disciplinas - Filosofia, Sociologia e Artes.
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A partir de 2021 toda a rede estadual de Ensino Médio terá a mesma matriz curricular. Ou seja, todas as escolas terão as mesmas disciplinas, que no total são 13: Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia, Biologia, Química, Física, Educação Física, Língua Estrangeira (Inglês ou Espanhol), Sociologia, Filosofia, Artes e Educação Financeira. “Antes cada escola tinha a sua matriz curricular, o que dificultava o planejamento pedagógico em termos de rede. Tínhamos escolas que não tinham aula de Química, por exemplo. Agora todas terão as mesmas disciplinas”, explica o diretor de Educação da Seed, Roni Miranda Vieira.
Para montar a nova matriz, a Seed alterou a normativa interna que determinava que cada disciplina deveria ter no mínimo duas aulas semanais. Com isso, as aulas de Filosofia, Sociologia e Artes caíram de duas para apenas uma por semana. A nova disciplina, de Educação Financeira, também entra na grade curricular com apenas uma aula por semana.
A redução das aulas de Filosofia, Sociologia e Artes, porém, vem gerando críticas no meio educacional. Para o professor de Sociologia da graduação e mestrado da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Cézar Bueno de Lima, reduzir aulas dessas três disciplinas impacta na formação do senso crítico dos alunos. “As ciências humanas e sociais nos trazem um arcabouço muito maior para compreendermos o mundo em que vivemos, como resolver conflitos de forma pacífica, principalmente na realidade de violência que muitos desses estudantes estão inseridos”, argumenta.
“Viver em sociedade não pode se limitar ao aspecto econômico, incluindo mais aulas de Matemática e uma nova disciplina de Educação Financeira. A economia é só um dos fatores que compõem a sociedade, em que é preciso ter senso crítico”, complementa o sociólogo.
Entretanto, a Seed defende que a redução da carga horária das três disciplinas de humanas não vai impactar na formação do senso crítico dos estudantes. “A ideia não é tirar essa consciência crítica dos alunos, até porque serão seis aulas semanais da área de humanas, mais a Língua Portuguesa, que também aborda essas questões em análises de textos. O aluno vai continuar tendo a garantia de sua visão crítica da sociedade”, explica Vieira.
Educação financeira
Já a respeito da inclusão de Educação financeira na grade, a Seed explica que o objetivo é de que os alunos tenham noções práticas de economia que impactem no orçamento pessoal e familiar, como cálculo de juros, uso responsável do cartão de crédito, pagamento de prestações, entre outras. A ideia também é que os alunos recebam uma formação prática para o empreendedorismo.
“As aulas de Educação Financeira não serão apenas cálculos, mas um conceito. Hoje o jovem é imediatista e acaba se endividando muitas vezes por não ter noções básicas de economia. Então o estudante vai aprender na escola o que é consumo por necessidade, que são as contas do dia a dia, com alimentação, água, luz, impostos, e o que é gasto supérfluo”, explica o diretor de Educação da Seed. “O objetivo de é que o aluno tenha a formação do senso crítico, mas também tenha noções práticas da vida”, reforça Vieira.
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