A rede estadual de ensino do Paraná iniciou nesta segunda-feira (24) a segunda etapa da retomada das aulas presenciais, com a volta das atividades em formato híbrido (parte dos alunos em sala e parte acompanhando as aulas pela internet) em cerca de 600 escolas de 28 núcleos regionais de educação (NREs). A Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (Seed) estima que em média 30% dos alunos matriculados nessas instituições voltaram às escolas.
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A adesão foi irregular em todo o Paraná: enquanto no Colégio Estadual Humberto de Alencar Castelo Branco, em Pinhais, mais de cem alunos voltaram às salas de aula, em algumas escolas do interior menos de 20 estudantes apareceram nesta segunda-feira. Eliana Provence, chefe do Departamento de Acompanhamento Pedagógico da Seed, acredita que a adesão vai aumentar e se tornar mais uniforme nos próximos dias.
“Quando se vê a possibilidade de volta das aulas presenciais, os pais não têm a obrigatoriedade de mandar os filhos para a escola. Na Região Metropolitana de Curitiba, talvez pelo frio, os pais se sentiram preocupados, por causa da chegada do inverno, possibilidade de gripe, e acharam que era melhor que os filhos voltassem às aulas [presenciais]”, argumentou, se referindo à melhor estrutura para os alunos em sala do que em casa.
“Nas cerca de 200 escolas que voltaram no dia 10, muitos pais viram que os colégios estavam organizados, que a volta estava sendo segura, então o retorno está crescendo. É claro que, nas que estão voltando agora, tudo vai depender do tamanho das escolas, dos protocolos da Sesa [Secretaria de Estado da Saúde], como aconteceu nas que retornaram no dia 10”, disse Provence.
No Colégio Estadual Vicente Rijo, um dos maiores de Londrina, com cerca de 1,1 mil alunos matriculados, menos de 20 devem voltar às aulas presenciais nesta segunda-feira. Segundo a diretora Maria Beatriz Bernardy Martinez, o retorno está ocorrendo em apenas três turmas: dois alunos vieram pela manhã, cinco à tarde e para a noite a previsão era de oito estudantes.
“Privilegiamos alunos sem acesso a tecnologia [para acompanhar aulas remotamente] e/ou em situação de vulnerabilidade. A maioria dos professores e funcionários ainda não tomou vacina. Muitos docentes estão afastados por pertencerem a grupos de risco. Está tudo sendo feito com muito cuidado para não colocar ninguém em risco”, justificou.
Ela apontou que nos próximos dias será feita uma análise para verificar a possibilidade de aumentar o número de turmas em atividades presenciais. “Temos que ver como vai ser a receptividade dos pais, porque vários foram convidados e muitos recusaram [autorização para os filhos retornarem à sala de aula], e também como vai avançar a vacinação de professores e funcionários”, disse Martinez.
Em Ponta Grossa, o Colégio Estadual General Osório, que tem cerca de mil alunos matriculados, também teve baixa adesão no retorno. Segundo o diretor Elano Gustavo Rein, pela manhã retomaram as atividades presenciais dez alunos de duas turmas e à tarde, dois alunos de uma turma. À noite, virão estudantes da Educação para Jovens e Adultos (EJA), que retornam só na terça-feira (25).
Os estudantes que voltaram nesta segunda eram do grupo que vinha fazendo as chamadas atividades impressas, com material retirado uma vez por semana na escola. De acordo com Rein, a definição das turmas que voltaram também levou em conta quais professores não pertencem a grupos de risco para a Covid-19.
“Estamos retornando por ordem da mantenedora [Seed], não por decisão da direção da escola ou dos professores. Resolvemos voltar de forma parcial, pela segurança. O aumento do número de turmas vai depender do NRE [Núcleo Regional de Educação]”, afirmou o diretor.
No Humberto de Alencar Castelo Branco, em Pinhais, onde a adesão foi bem maior, o diretor Evaldo Carlos Silva também apontou que a preferência foi dada a alunos que estavam trabalhando com material impresso.
“Juntamente com seus responsáveis, eles receberam as orientações com relação ao protocolo de segurança, entendendo como será a dinâmica interna na escola, com respeito do distanciamento de 1,5 m, uso de máscara, utilização da própria garrafinha de água. Organizamos tudo para que se tenha o mínimo de circulação possível no nosso pátio”, declarou, à Agência Estadual de Notícias.
Em Curitiba, haveria retorno apenas à noite, em turmas profissionalizantes de três colégios estaduais.
Segundo a Seed, nas escolas que tiveram retorno há duas semanas, 15 turmas tiveram atividades suspensas e quatro colégios foram fechados. Foram reportados 95 casos de Covid-19 entre alunos, professores e funcionários. A pasta alega que em nenhum dos casos a transmissão ocorreu na escola.
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