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Requião Filho foi enfático ao criticar PT por falta de convite a eventos oficiais com a presença de ministros, no Paraná
Requião Filho foi enfático ao criticar PT por falta de convite a eventos oficiais com a presença de ministros, no Paraná| Foto: Eduardo Matysiak/Assessoria do deputado Requião Filho

No Paraná, a base aliada do presidente Lula (PT) tem manifestado desconforto por se considerar "escanteada" na participação de eventos públicos que têm levado ministros ao estado. Nesta segunda-feira (17), o deputado estadual pelo Paraná Requião Filho (PT) usou as redes sociais para protestar. Líder da oposição na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), ele chegou, também, a publicar uma "nota de desagravo". A manifestação pública foi feita após a passagem dos ministros da Justiça, Flávio Dino, na semana passada, e da Saúde, Nisia Trindade, nesta segunda-feira, pelo Paraná.

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Nas palavras de Requião Filho, foi “motivo de espanto e estranheza a presença de dois ministros do governo Lula cumprirem agenda em Curitiba sem que houvesse o mínimo de planejamento por parte do governo federal”, diz ele, ao se referir à falta de convite oficial da base para os encontros.

Críticas públicas da família Requião ao governo Lula já tinham surgido logo no início do ano, quando o nome de Enio Verri (PT) foi confirmado para o comando da Itaipu Binacional. O cargo, no lado brasileiro da binacional, era cobiçado por Requião, mas o nome dele foi preterido após enfrentar resistência na própria base. Ele era um dos nomes cotados para a função após ter sido um dos principais cabos eleitorais de Lula nas eleições de 2022 no Paraná. Requião foi candidato ao governo do Paraná pelo PT, mas acabou derrotado por Ratinho Junior (PSD), ainda no primeiro turno.

Desta vez, Requião Filho reclamou que não recebeu convite formal, assim como outros deputados do partido, para acompanhar a visita dos ministros do governo Lula. Segundo o parlamentar, receberam e-mails institucionais comunicando das visitas. “Acabou a campanha e esqueceram de seus apoiadores no Paraná, fazendo questão das informações virem de última hora, por e-mails institucionais, sem preocupação alguma de confirmação da presença”, criticou.

Requião Filho seguiu na crítica ao dizer: "do que adianta um ministro das Relações Institucionais, como o Alexandre Padilha, ou da Casa Civil, como Rui Costa, se os deputados do próprio partido são relegados e esquecidos pela estrutura federal”. O tom engrossou quando o deputado questionou: "onde está o bom político Lula”, que descreveu como “hábil e feito de relações, que nem sequer orienta sua equipe para esses cuidados”. A "mágoa" pela falta de retorno com a dedicação ao partido voltou a ser evidenciada na fala de Requião Filho, que pediu "respeito por aqueles que estão em contato direto com a população. Partido não serve apenas na eleição", acrescentou.

“Minha equipe foi encontrada facilmente quando quiseram organizar a campanha de 100 dias de governo, orientando de cima para baixo as comunicações da campanha... Perderam o número?”.

Requião Filho, deputado do PT do Paraná e líder da oposição na Alep

Nos bastidores, outros interlocutores ligados ao PT no Paraná ouvidos pela reportagem da Gazeta do Povo - mas que preferiram não ir a público protestar - reforçaram que situações como essas têm se repetido neste início de governo Lula. Outro evento mencionado foi a posse de Verri na Itaipu, em Foz do Iguaçu, quando importantes nomes do partido no estado por pouco não ficaram de fora da cerimônia por falta de convite.

Os interlocutores também lembraram dos tropeços na comunicação entre aliados no que teria sido a visita de Renan Filho, ministro dos Transportes, ao Paraná, no mês de fevereiro. Na ocasião, o governo do Paraná tinha a expectativa de destravar o processo de concessão de rodovias e do pedágio. A cerimônia chegou a ser anunciada pelo governador Ratinho Junior, que voltou atrás poucas horas depois desmarcando o encontro. Também nos bastidores, a informação foi de que uma forte movimentação entre líderes políticos do PT no Paraná - que não sabiam da agenda e não foram convidados - fez com houvesse recuo na realização do encontro.

O governo federal, o Ministério da Justiça e o Ministério da Saúde não se manifestaram sobre as críticas. O Diretório Estadual do PT no Paraná afirmou à reportagem que está em busca de informações oficiais com o governo federal sobre o ocorrido e acredita que possa ter havido uma falha de comunicação.

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