A confirmação de espécies de pragas entre as sementes enviadas da China por correio para todo o Brasil causou preocupação na agricultura do Paraná. Na última quarta-feira (25), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) constatou que 47% das 36 amostras analisadas em laboratório são de espécies extremamente perigosas às lavouras.
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Segundo a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), órgão ligado à Secretaria Estadual de Agricultura, as amostras colhidas no estado que deram positivo no exame do Mapa são espécies quarentenárias ausentes. Ou seja, vegetação daninha agressiva que compete por espaço com qualquer tipo de lavoura.
“Esse resultado é muito preocupante. As pragas em algumas das amostras colhidas no Paraná não existem no país e têm potencial de causar danos milionários à agricultura”, enfatiza o gerente de Sanidade Vegetal da Adapar, o engenheiro agrônomo Renato Resende Young Blood.
O Paraná foi um dos principais destinos dessas sementes. 67 pacotes foram recolhidos pela Adapar e encaminhados para análise do Ministério da Agricultura. Um dos primeiros casos foi de uma enfermeira, moradora de Curitiba, que recebeu em outubro um pacote de sementes vindas da China, com data de envio de fevereiro. Logo na sequência, com mais pacotes de sementes recolhidos, a Adapar emitiu alerta de risco agropecuário para todo o Paraná.
Além de sementes, foram recolhidas no estado nove plantas já germinadas a partir de sementes enviadas pelos Correios - nenhuma plantada perto de lavouras. Neste caso, nenhum problema fitopatológico - ou seja, doenças - foi identificado em exame laboratorial. As plantas foram descartadas no sistema de autoclave – sob pressão e alta temperatura - para eliminar qualquer risco de contaminação.
Como concorrem por espaço com a plantação, a erva daninha derruba a produtividade áreas plantadas, com menos sacas sendo colhidas. Além disso, alerta o engenheiro agrônomo da Adapar, aumenta a necessidade do uso de agrotóxicos.
Como exemplo de como uma praga pode impactar na produção agrícola se não for controlada, Young Blood cita o caso da lagarta Helicoverpa armigera que invadiu lavouras brasileiras a partir de 2013. Pelo clima, que dificultava a reprodução da larva, o Paraná não foi tão impactado. Mesmo assim, a chegada dela causou uma corrida desenfreada por agrotóxicos no Paraná.
“Só essa larva fez com que dobrasse o consumo de agrotóxicos no estado entre 2014 e 2015. Houve até falta de agrotóxico no mercado causado por esse pânico dos agricultores”, exemplifica Young Blood.
Controle
Por isso, enfatiza o gerente de Sanidade Vegetal da Adapar, a entrada e proliferação das das sementes vindas da China deve ser controlada. Para isso, o Ministério da Agricultura vem monitorando o envio desses pacotes nas centrais de distribuição dos Correios, para não correr o risco de essas sementes chegarem ao campo.
Mesmo assim, vale a recomendação: quem receber pelos Correios sementes suspeitas não deve abrir o pacote e muito menos plantá-las ou jogar no lixo. Deve entrar em contato com uma unidade de sanidade agropecuária para o descarte correto. Em Curitiba, o atendimento é feito pela Adapar pelo telefone (41) 3313-4109. O contato com a Adapar também pode ser feito pelo Fale conosco no site www.adapar.pr.gov.br.
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