A Sercomtel – empresa de Londrina que atende a 198 municípios paranaenses com serviços de telecomunicações – ganhou maior prazo para equilibrar as finanças e não perder as concessões junto à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). De acordo com o presidente da companhia, Claudio Tedeschi, ainda em março a agência suspendeu o processo de caducidade por 120 dias, dando um fôlego para que a empresa “encontre uma solução definitiva”.
INSCREVA-SE para receber as principais notícias do Paraná pelo WhatsApp
“Estamos avaliando, conversando com parceiros para ver qual é a melhor solução. Queremos tentar mantê-la em Londrina, pela importância econômica e social que a empresa tem”, disse o presidente à Gazeta do Povo.
Se a Sercomtel não apresentar soluções consideradas adequadas nesse período, o processo de caducidade pode ser concluído – permitindo, assim, que ocorra a suspensão das concessões pela União de forma unilateral, pelo descumprimento de cláusulas contratuais.
O que diz a Anatel
Procurada, a Anatel confirmou que houve a suspensão da caducidade. Informou, ainda, que a medida se deu por conta de uma oferta de capitalização por um dos acionistas, a Dez de Dezembro Investimentos e Participações, que seria, "em uma análise preliminar, capaz de restabelecer as condições econômico-financeiras da prestadora".
"Vale dizer que tal suspensão está condicionada ao prosseguimento das medidas necessárias, por parte da concessionária, ao restabelecimento da sua capacidade econômico-financeira. Desta forma, a suspensão ou cancelamento da oferta de capitalização por qualquer razão e o consequente arquivamento do pedido de anuência prévia junto à Anatel, para formalização desta operação, acarretará a imediata retomada do processo", destaca a nota enviada pela agência.
Possível privatização
Tratando das possíveis soluções para salvar a companhia, o presidente não confirmou se haverá privatização de parte ou de toda a empresa – uma das alternativas estudadas pela Sercomtel para superar os problemas financeiros, de acordo com entrevista que o próprio Tedeschi concedeu à Gazeta do Povo em janeiro.
A Copel, que detém 45% das ações da empresa, informou que o quadro societário da companhia permanece o mesmo. A reportagem entrou em contato com a acionista majoritária, a prefeitura de Londrina (que tem 55% das ações), mas não obteve resposta até o fechamento do texto.
Entenda o caso
O processo de caducidade foi iniciado por causa da situação financeira da empresa: segundo balanço divulgado pela companhia em 2017, a Sercomtel acumulava R$ 230 milhões em dívidas por impostos e ações judiciais.
Por isso, em outubro do ano passado, a Anatel realizou uma consulta pública ao edital de licitação para serviços de telefonia fixa local, de longa distância nacional e internacional, de telefonia móvel, de banda larga fixa e do uso de radiofrequências nas faixas de 800 megahertz (MHz) e 1,8 gigahertz (GHz), realizados pela Sercomtel. O edital será utilizado somente se houver a caducidade da concessão.
Meses depois, em janeiro, o presidente da empresa disse à Gazeta do Povo que a Sercomtel estava mudando suas diretrizes econômicas e estudando a privatização de alguns setores. Alterações como a redução no número de diretorias (de 14 para 7), segundo ele, resultaram em recuperação econômica: de acordo com Tedeschi, em 2018 a empresa fechou com superávit de R$ 5 milhões.
Além disso, uma alteração foi feita na legislação de Londrina, permitindo que a venda de ações da companhia não precise ser aprovada por um plebiscito, como era previsto anteriormente. A mudança foi aprovada na Câmara de Vereadores do município no final de 2018.
Hugo Motta troca apoio por poder e cargos na corrida pela presidência da Câmara
Eduardo Bolsonaro diz que Trump fará STF ficar “menos confortável para perseguições”
MST reclama de lentidão de Lula por mais assentamentos. E, veja só, ministro dá razão
Inflação e queda do poder de compra custaram eleição dos democratas e também racham o PT
Segurança pública: estados firmaram quase R$ 1 bi em contratos sem licitação
Franquia paranaense planeja faturar R$ 777 milhões em 2024
De café a salão de beleza, Curitiba se torna celeiro de franquias no Brasil
Eduardo Requião é alvo de operação por suspeita de fraudes em contratos da Portos do Paraná
Deixe sua opinião