Profissionais criam aplicativos para ajudar pequenos comerciantes com dificuldades nesse período de coronavírus.| Foto: Pixabay
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A paralisação de atendimento presencial por causa do coronavírus, deixou profissionais autônomos ou pequenos comerciantes do setor alimentício em situação difícil. Com pouco dinheiro em caixa, precisaram migrar exclusivamente para a entrega à domicílio. Além da logística para a prestação do serviço, a divulgação da nova atividade tem sido um gargalo para a maioria desses empreendedores.

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Se trouxe um obstáculo, a crise global também despertou a solidariedade - uma aliada que vem sendo aproveitada. Diversas iniciativas para ajudar a divulgar os pequenos comércios surgiram em menos de uma semana, como um aplicativo totalmente gratuito em Santa Catarina, uma página de Instagram para divulgar gratuitamente os pequenos negócios e uma distribuidora de produtos que está reorganizando seu fluxo de trabalho para incluir mais produtos e passar a atender ao consumidor em vez do varejista.

Divulgação gratuita

Em Curitiba, um grupo de amigos publicitários lançou o Fortalece CWB, um perfil de divulgação gratuita de pequenos comércios de Curitiba. O trabalho dos 13 amigos é voluntário e reúne desde redatores, designers e arte-finalistas. Os interessados devem cadastrar seu negócio através de um formulário on-line, e o perfil faz a divulgação gratuita. Por enquanto, há 250 negócios cadastrados e 37 posts.

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“Se pudermos colaborar com uma venda a mais, já valeu a pena”, avalia Carlos Franco, um dos idealizadores do Fortalece. O perfil divulga todas as iniciativas de profissional autônomo ou pequeno comércio, não necessariamente ligados à gastronomia – inclusive serviços de motoboy. Em cinco dias, o retorno tem sido satisfatório, diz o publicitário: “Já entraram em contato para nos dizer que bateram o recorde de lasanhas vendidas”, comemora.

Além de Curitiba, o modelo do Fortalece foi replicado em São Paulo, Porto Alegre, Goiânia, Jundiaí, Cajamar, ABC Paulista, Colombo, Aracaju e chegou além-mar, na cidade de Porto.

Zerando a taxa

O aplicativo Amo Delivery conecta entregadores e comerciantes gratuitamente e o consumidor paga uma taxa de entrega de acordo com o estabelecido pelos dois profissionais. “A única taxa [para o comerciante] que não conseguimos zerar é a do cartão do banco, de 2,5%”, detalha Diogo Machado, um dos idealizadores do Amo Delivery.

Assim que o lockdown foi decretado em Santa Catarina, na terça (17), os comerciantes de Florianópolis sentiram a queda brusca no movimento. Machado ouviu de um amigo seu que o movimento diminuiu 90% logo no primeiro dia. “Comentei com ele sobre delivery, mas ele me disse que era inviável para ele. As taxas chegam a 27% e ele já estava trabalhando no prejuízo para diminuir estoque”, conta Machado, CEO da Original.Market.

Com cinco anos de experiência em desenvolvimento de novos produtos e serviços, Diogo levou o problema a um grupo de discussão em inovação. Em poucas horas, 50 pessoas haviam se envolvido e criaram o Amo Delivery, um catálogo de estabelecimentos de alimentação em Florianópolis, que em breve se expandirá para outras cidades, como Curitiba e Joinville.

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A empresa Amo Ofertas, de Chapecó, disponibilizou gratuitamente a plataforma e o servidor. Diferentes profissionais se voluntariaram para dar suporte ao cadastramento das empresas e outros serviços necessários, como logística, tecnologia da informação, comunicação e marketing. “Na crise, a gente precisa achar soluções de baixo custo”, afirma. Quando a crise passar, a ideia é cobrar uma taxa, mas que fique bem abaixo da média praticada atualmente. “Se não for baixa, não adiantaria. Muitos deles ainda estarão se reestruturando”, completa.

Mudança de público

Com a chegada do coronavírus, o estudante de administração Matheus Krauze viu boa parte de seus fornecedores ficarem sem saber para onde escoar sua produção. Matheus é sócio de Luiz Mileck na Melhor Local, distribuidora que representa apenas pequenos produtores da região de Curitiba. O escritório funciona n’O Locavorista, um misto de restaurante, cafeteria e mercearia de produtos locais, que reúne gastronomia, design e moda.

Diante da inviabilidade de manter a loja aberta e não tendo para onde escoar os produtos que representa durante o período de isolamento social, Krauze e Mileck decidiram mudar o destino final e passar a entregar ao consumidor. De portas fechadas desde terça (17), o salão d’O Locavorista virou um centro de montagem e distribuição de kits que mesclam os diferentes produtos.

Na sexta (20), lançaram o site Liga Emergencial dos Pequenos Negócios para receber cadastro de outros pequenos produtores da cidade que precisam aumentar seus canais de distribuição. Por ora, são 18 marcas e 8 voluntários que cuidarão da higienização, montagem de kits e entrega. Os preços serão de R$ 35, R$ 60 e R$ 100 e devem começar em meados de abril.

“No momento vivemos uma crise de saúde e a retomada da economia vai se dar daqui uns meses. Em abril estaremos no pico da crise, muitos produtores estarão sem giro”, explica Krauze.

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Serviço
Delivery com Amor – amo.delivery/comamor
Fortalece CWB – www.instagram.com/fortalece.cwb/
Liga na Causa – www.liganacausa.com.br