Preso por tráfico tem vínculo familiar estreito com líder do assalto que levou R$ 165 mi por um túnel| Foto: EFE/Jarbas Oliveira
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Um homem de 46 anos, suspeito de participação no assalto ao Banco Central em Fortaleza (CE), em 2005, foi preso durante uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Agência de Inteligência da Polícia Militar do Paraná na cidade de Cambé (PR). Ele era considerado foragido após condenação na Bahia e também tinha mandado de prisão por tráfico de drogas na região de Londrina (PR), onde passou a viver com uma nova identidade.

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O assalto ao Banco Central do Ceará aconteceu há 19 anos e ainda é considerado uma das maiores ações criminosas na história do país, com aproximadamente R$ 165 milhões levados dos cofres pela quadrilha, por meio de um túnel entre o banco e uma casa alugada.

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“Algo que chamou atenção foi que ele teria ‘nascido de novo’, na linguagem policial. Isso quer dizer que ele comprou uma certidão de nascimento, cujo papel é verdadeiro mas com os dados falsos. Com essa certidão de nascimento, tirou até o RG dele e outros documentos para viver com um novo nome”, relata o promotor Leandro Antunes em entrevista à Gazeta do Povo.

Durante a operação, os policiais apreenderam uma pistola 9 mm, diversas anotações referentes ao tráfico de drogas, sete aparelhos celulares e documentos falsificados do condenado por tráfico internacional de drogas, com passagens pelo Sistema Penitenciário Federal.

Questionado sobre a suspeita de ligação com a quadrilha que assaltou o Banco Central em Fortaleza, o promotor confirmou que existe vínculo familiar com o líder da ação criminosa. As informações devem ser repassadas à Polícia Federal, órgão responsável pela apuração dos crimes financeiros contra a União.

“Encontramos reportagens à época que citavam o nome dele. Após o início das investigações foi possível confirmar que existe um vínculo familiar muito estreito com o líder daquela organização criminosa. Até agora, não conseguimos provas de que ele participou ou tenha sido condenado por esse crime, mas o vínculo com a organização criminosa ficou muito claro”, revela Antunes.

O nome do suspeito não foi divulgado por causa da continuidade da investigação. Além do mandado de prisão em aberto no Paraná e a condenação por tráfico internacional de drogas com pena de 27 anos na Vara de Execução Penal de Barreiras (BA), o suspeito foi preso em flagrante pelo porte de arma de fogo de uso restrito e aguarda a audiência de custódia em Londrina.

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Até 2020, a Justiça Federal no Ceará já havia condenado 119 réus nos 28 processos originados pelo assalto ao Banco Central. Eles foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) pelos crimes de furto qualificado, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. As penas variaram de três a 170 anos de prisão.

O grupo, que realizou um dos assaltos mais famosos do Brasil, era formado por 36 criminosos e alugou um imóvel próximo ao prédio do Banco Central, em Fortaleza. A partir dali, os bandidos cavaram um túnel com 89 metros de extensão, que dava acesso ao cofre do banco. Três quadrilhas participaram da ação, duas de São Paulo e uma do Ceará.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]