Em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (12), o diretor-presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), Jorge Callado, afirmou que, apesar da assinatura de um memorando de entendimentos com o governo russo e o Fundo de Investimentos Direto da Rússia para pesquisa e transferência de tecnologia da vacina Sputnik V, registrada na última terça-feira, o Instituto e o governo do Paraná não têm dados sobre os resultados das pesquisas clínicas já realizadas na Rússia e nem a informação sobre o status atual dos estudos.
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“Não tivemos, ainda, nenhuma informação sobre a segurança da vacina, nem sobre o atual estágio de validação de testes da vacina, as reais comprovações de fases 1 e 2. O que nos foi informado foi que eles iniciam a fase 3, por lá, em outubro. O que firmamos hoje foi um memorando para possível parceria e transferência de tecnologia. Agora, nosso governo criará uma força-tarefa, que trabalhará em contato direto com os pesquisadores russos, para que ocorra o compartilhamento de todas essas informações”, explicou.
Citando que a reunião que formalizou o acordo foi acompanhada e teve o aval do Ministério da Saúde, Ministério da Ciência e Tecnologia e Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o presidente do Tecpar afirmou que todas as etapas regulatórias serão cumpridas, com alinhamento aos órgãos federais e respeitando prazos, e critérios científicos e de segurança. “O que foi assinado hoje foi um memorando de entendimento. Qualquer próximo passo será validado com um novo termo a ser assinado. Se a nossa força-tarefa concluir que há segurança e que as fases anteriores da pesquisa tiveram resultados positivo, elaborará um protocolo de pesquisa para a fase 3, que será submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa e à Anvisa. Só com a aprovação destes órgãos assinaremos um novo termo, aí para fazer a pesquisa aqui no Paraná”, disse, prevendo um trâmite entre 30 a 40 dias para a elaboração e submissão destes protocolos às autoridades. “E se a vacina se mostrar eficaz, temos garantia da transferência de tecnologia para a produção local”, prosseguiu.
Callado justificou a opção do Paraná por essa parceria, mesmo com outras vacinas em estágios mais avançados já sendo testadas no Brasil. “O governo do Paraná não fará investimento financeiro na fase de testes, será tudo em forma de parceria. Temos sim notícia de pesquisas mais avançadas, e com resultados promissores, mas não temos garantia de sucesso delas, então, é importante buscarmos mais alternativas, seja para caso as demais vacinas não se mostrem eficazes, seja para termos mais de uma opção de imunização, que, assim poderá chegar a um número maior de pessoas”.
Para Callado, se todos os processos correrem sem contratempos, o Tecpar poderá estar apto a produzir a vacina no segundo semestre de 2021. “Nós não vamos queimar etapas. Todos os processos serão vencidos com cautela e segurança. Mas, há a previsão, também, de que, se a vacina já estiver aprovada e sendo produzida na Rússia antes do nosso prazo, possamos importa-la num primeiro momento”, disse. Para a produção da vacina, caso aprovada, o presidente da Tecpar estima um investimento de, pelo menos, R$ 80 milhões em estrutura para o instituto.
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