A vacina russa Sputnik V contra a Covid-19 não deve ser testada no Paraná, pelo menos nos próximos 45 dias. De acordo com informações do jornal Meio Dia Paraná, da RPC TV, um relatório apresentado nesta terça-feira (15) pela frente parlamentar da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) revelou que os testes da fase 3 não devem ser realizados no estado antes de fevereiro de 2021. O governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) ainda disse que irá esperar, para “não fazer do Paraná um povo cobaia para a vacina”.
WhatsApp: receba um boletim diário com notícias do Paraná
Assinada em agosto deste ano, a parceria do governo estadual com a Rússia para a testagem e produção de vacinas pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), também segue parada. Em setembro, o Tecpar anunciou que a realização dos testes com voluntários paranaenses deveria ter início no mês de outubro, o que não aconteceu, por conta de atraso na elaboração do protocolo de validação para testes no Paraná, documento que deve ser submetido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).
As mudanças e a indefinição no plano de testes do Paraná com a vacina Sputnik V ocorreram após o Fundo de Investimento Direto da Rússia, que financiou a pesquisa da vacina, solicitar revisão do acordo com o Paraná, depois também, de acertar nova parceria com uma indústria farmacêutica no Brasil, a União Química.
Com este cenário, o Paraná aguarda agora um posicionamento dos russos e reavalia se manterá a parceria para a testagem, transferência de tecnologia e produção dos imunizantes contra a covid-19, que já são aplicados no reino Unido, Estados Unidos e na Rússia.
“Quem vai dizer a data para o início da fase 3 é a Anvisa. O Tecpar só vai tomar alguma medida e alguma ação se tiver todos esses dados de forma cientificamente comprovada, para então poder ter alguma avanço. Eu não vou fazer do Paraná um povo cobaia. Nós vamos, sim, avançar nas vacinas que tiverem qualquer tipo de comprovação científica esse é o nosso compromisso”, afirmou o governador, nesta terça-feira (15), em entrevista para a Globo News.
Ainda conforme o relatório apresentado pelos deputados do Paraná, o Tecpar precisa receber cerca de R$1,2 bilhão em investimentos, para que possa construir uma nova planta, com espaço e estrutura adequados a produção de vacinas como a Sputnik V.
Tratamento técnico
Na última sexta-feira (11), em entrevista coletiva, o governador do Paraná Ratinho Junior enfatizou que está tratando da vacina contra covid-19 de forma técnica. “Não espere do nosso governo e nem de mim fazer isso de programa eleitoral em cima das vacinas. Nós estamos tratando da pandemia, desde o início dela em março, com planejamento e organização e com decisões técnicas da Secretaria de Saúde”, reiterou.
Ratinho também enfatizou na entrevista que o estado está alinhado com o Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde e que a vacina adquirida pelo governo será aquela que apresentar eficácia e autorização dos órgãos oficiais do Ministério da Saúde, em especial da Anvisa, para que possa estar apta para aplicação.
O Paraná anunciou em agosto, ter R$ 200 milhões reservados para a compra de vacinas contra a covid-19: metade do orçamento é do estado e metade liberado pela Assembleia Legislativa. Recursos que também serão destinados à aquisição de seringas, agulhas, refrigeradores, gelo seco, contêineres e combustível para transportar as doses. Já a prefeitura de Curitiba afirmou ter R$ 20 milhões para a vacinação.
Segurança pública: estados firmaram quase R$ 1 bi em contratos sem licitação
Franquia paranaense planeja faturar R$ 777 milhões em 2024
De café a salão de beleza, Curitiba se torna celeiro de franquias no Brasil
Eduardo Requião é alvo de operação por suspeita de fraudes em contratos da Portos do Paraná