O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) ouviu, na tarde desta quarta-feira (29), a primeira testemunha no julgamento do senador Sergio Moro (União-PR), por suposto abuso de poder econômico na campanha de 2022, quando foi eleito com 1,9 milhão de votos dos eleitores paranaenses. Se condenado, ele pode perder o mandato no Congresso Nacional.
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A testemunha ouvida foi Anna Gabriela Pereira de Souza, gestora de contratos do Podemos, em Diadema (SP), que foi arrolada pelo Partido Liberal (PL), autor inicial da ação, que depois foi unificada ao pedido petista de investigação. A gestora foi interrogada sobre os contratos para o período de pré-campanha presidencial no final de 2021, quando Moro se filiou ao Podemos e foi apresentado durante eventos como o principal nome do partido em uma possível candidatura à Presidência da República.
"Ela confirmou que os contratos foram firmados em benefício ao pré-candidato Sergio Moro, o que configura o abuso de poder econômico. Assim, o depoimento foi suficiente e as demais testemunhas dispensadas", afirmou o advogado do PL, Guilherme Ruiz Neto.
Durante o processo, o Podemos apresentou documentos solicitados pelo TRE-PR, com aproximadamente R$ 2 milhões em contratações de serviços pela campanha, entre eles, despesas como locação de veículos, espaços para eventos, segurança privada e contratação de assessoria jurídica no período pré-eleitoral. Moro saiu do Podemos em março de 2022, quando se filiou ao União Brasil, que também foi intimado a enviar a documentação de gastos de campanha ao Senado.
O advogado que representa a Federação encabeçada pelo Partido dos Trabalhadores (PT) , Luiz Piccinin, informou que houve a dispensa das demais testemunhas da quinta-feira (30) por causa da documentação apresentada durante a instrução processual que, na avaliação dele, comprova o abuso de poder econômico do então candidato Sergio Moro. “Na ação inicial foi indicada as testemunhas. Mas depois da instrução do processo e da documentação suficiente, se tornaram desnecessários os depoimentos das testemunhas arroladas”, justifica.
Procurada pela reportagem da Gazeta do Povo, a defesa de Moro respondeu que “das cinco testemunhas arroladas pelo Podemos apenas uma compareceu. E nada esclareceu.”
Com o cancelamento das oitivas previstas para quinta, os depoimentos retornarão na sexta-feira (1º) na Sala de Sessões do TRE-PR com as testemunhas arroladas pela defesa do senador e dos suplentes investigados. O primeiro a ser ouvido será o ex-deputado federal, Deltan Dallagnol (Novo-PR). Já o depoimento de Moro, que foi requerido pelo PL, está agendado para o dia 7 de dezembro.
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