Depoimento do senador Sergio Moro foi marcado para o dia 16 de novembro| Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Ouça este conteúdo

O Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Paraná (TRE-PR) começaria a ouvir, nesta quarta-feira (25), os depoimentos das testemunhas na ação que pede a cassação do mandato e a inelegibilidade do senador Sergio Moro (União Brasil - PR), por suposto abuso de poder econômico durante a campanha eleitoral do pleito de 2022. Moro e os suplentes investigados serão ouvidos pela Justiça Eleitoral no dia 16 de novembro. Mas uma decisão da corte adiou as oitivas para o final de novembro.

CARREGANDO :)

Receba as principais notícias do Paraná pelo Whatsapp

As denúncias, apresentadas pelo Partido Liberal (PL) e pela federação encabeçada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), foram unificadas em uma única ação pelo TRE-PR por se tratar do mesmo objeto de investigação.

Publicidade

Após os dois primeiros dias de oitivas das testemunhas arroladas pelos partidos políticos, o terceiro dia está reservado para os depoimentos das testemunhas da defesa de Moro e dos suplentes, entre eles, o ex-coordenador da Operação Lava Jato e ex-deputado federal, Deltan Dallagnol (Novo-PR).

Ele é um dos três nomes chamados para testemunhar a favor do senador paranaense. A reportagem apurou que Dallagnol deve responder sobre os fatos que tem conhecimento, não necessariamente contra ou a favor. Em 2022, ele foi eleito deputado federal pelo Podemos, antiga sigla de Moro, mas teve o registro de candidatura indeferido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Na avaliação do advogado do PL, Guilherme Ruiz Neto, a cassação do ex-juiz da Lava Jato é "certa" por causa dos gastos de campanha apresentados pelo Podemos, legenda que colocou Moro como pré-candidato à presidência, e pelo União Brasil, partido em que ele foi eleito senador pelo Paraná com 1,9 milhão de votos após a troca de sigla em 2022.

"Os gastos de pré-campanha ultrapassam mais de 50% do teto permitido para a eleição. A quantidade total de recursos disponibilizados para Sérgio Moro daria para prover mais de uma campanha ao Senado. Os valores aportados desrespeitam o alcance das possibilidades do pré-candidato médio. Diante de tudo isso, penso que a cassação é certa", opina Neto.

Se cassado, uma nova eleição deve ser realizada para vaga de senador paranaense. Por outro lado, o advogado do PL avalia que a decisão contrária à cassação abre precedentes para as futuras eleições.

Publicidade

"Vão surgir caminhos para a institucionalização de abusos e para a quebra de valores tutelados pelo Direito Eleitoral, tais como a defesa da igualdade de oportunidades entre os candidatos, a legitimidade do pleito e a normalidade das eleições", argumenta o advogado.

Procurado pela Gazeta do Povo, a assessoria do senador Sergio Moro respondeu que "o parlamentar não irá comentar o caso".

Presidente do Podemos não prestará depoimento ao TRE-PR

A pedido dos autores da ação, a presidente do Podemos, Renata Abreu, foi retirada do rol de testemunhas. A agenda inicial de testemunhas previa o depoimento da deputada federal por São Paulo no segundo dia de oitivas.

O advogado do partido, Alexandre Bissoli, já havia destacado à Gazeta do Povo, que a sigla não é parte no processo, nem busca condenação ou absolvição.

"A Renata já foi dispensada pelos autores e a decisão já homologada pelo relator. O Podemos não é parte do processo e não buscamos nem absolver, nem cassar, estamos prestando os esclarecimentos no processo do período de novembro de 2021 até fim de março de 2022 quando Moro permaneceu no partido", explica.

Publicidade
Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]