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Em abril, Exército vistoriou local de possível instalações da Escola de Sargentos de Armas em Ponta Grossa
Em abril, Exército vistoriou local de possível instalações da Escola de Sargentos de Armas em Ponta Grossa| Foto: Jose Fernando Ogura / AEN

Numa disputa que começou com 18 pretendentes, apenas três cidades brasileiras continuam no páreo para receber o investimento de R$ 1,2 bilhão do Exército para construção da nova sede da Escola de Sargentos das Armas (ESA), estabelecimento de ensino superior voltado à formação de sargentos de infantaria, cavalaria, artilharia, engenharia e comunicação. A escolha, a ser anunciada no início de agosto, recairá entre Ponta Grossa (PR), Santa Maria (RS) ou Abreu e Lima (PE).

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Os governos do Paraná, Rio Grande do Sul e Pernambuco e as prefeituras das três cidades apresentaram nos projetos entregues ao Exército uma série de trunfos para receber o empreendimento bilionário que criará uma "pequena cidade" de cerca de 10 mil pessoas, entre alunos, instrutores, familiares e pessoal de apoio.

Além da infraestrutura e localização, Ponta Grossa mencionou que, ao contrário das concorrentes, que previram para a ESA áreas já pertencentes ao Exército, seria destinado um terreno de 4,5 mil hectares no distrito de Itaiacoca, onde hoje está instalada a Fazenda Modelo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) – em contrapartida, o Exército destinaria à Embrapa uma área no município vizinho de Palmeira.

Entre as contrapartidas prometidas pela prefeitura, estão isenção fiscal e a garantia de obras de infraestrutura, como a construção de um novo contorno rodoviário, um acesso adicional à ESA, ampliação da infraestrutura aeroportuária e disponibilidade de serviços de saneamento, energia e comunicação de alta qualidade na área de operação.

Nas propostas constam também a criação de uma Zona Especial Militar no perímetro da ESA, que daria flexibilidade para os projetos da escola e da futura Vila Militar, e a cessão de um hangar no Aeroporto de Sant’Ana, para uso da escola e das organizações militares. A prefeitura também prometeu disponibilizar 20 mil metros quadrados em áreas na cidade para residências militares e imóveis para o estabelecimento de um Hospital Militar de Guarnição e um colégio militar.

Santa Maria aposta em tradição militar

No Rio Grande do Sul, a sede da ESA seria construída no Campo de Instrução de Santa Maria (Cism), no bairro Boi Morto, área que pertence ao Exército e que já abriga instituições militares. O governo gaúcho e a prefeitura destacaram na candidatura que a cidade já é um polo nacional de ensino, por sediar uma universidade federal, e possui duas escolas militares e unidades de capacitação técnica. Também argumentou que Santa Maria tem o segundo maior contingente militar do Brasil: 9,5 mil homens e mulheres das Forças Armadas, lotados em 22 organizações.

A prefeitura apresentou ao Exército projetos de nova rede de água e esgoto, de ampliação da capacidade elétrica e de infraestrutura (obras viárias e ampliação do aeroporto municipal), além de propor isenção de Imposto sobre Serviços (ISS), alteração no Plano Diretor para edificações na nova Vila Militar e a construção de um campo de instrução no município vizinho de Itaara.

Já em Abreu e Lima, o local previsto para construção da ESA é um terreno do Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcanti, com área total de 7,5 mil hectares, onde seriam instalados um complexo escolar, com a sede da escola, vila olímpica, Vila Militar e parque de tiros.

O governo de Pernambuco estipulou um investimento de R$ 319,41 milhões para implantação de rede elétrica, de estação de tratamento de água e esgoto, construção e recuperação de vias de acesso e ampliação da rede de fibra óptica.

Especialista cita localização como trunfo de Ponta Grossa

Expedito Carlos Stephani Bastos, especialista em assuntos militares da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), afirma que não teve acesso aos estudos que reduziram as opções às três cidades ainda na disputa, mas acredita que a escolha ficará entre as duas do Sul.

“Santa Maria tem muitas unidades militares, é uma região importante no Rio Grande do Sul, uma das mais importantes em veículos blindados que nós temos. Ponta Grossa também tem um grande complexo militar. Eu não acredito que Abreu e Lima poderia receber (a escola), pode ter o espaço, mas não tem grandes unidades militares. Tudo está concentrado no Sul e no Sudeste”, justifica.

O fato de ser mais próxima do Sudeste é uma vantagem de Ponta Grossa em relação a Santa Maria, segundo Bastos, pela importância das unidades militares dos três estados mais populosos do país: “O Brasil ainda é um triângulo, e os eixos são São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte”.

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