“Angra Doce” é um dos principais destinos no estado, localizado no Norte Pioneiro| Foto: Geraldo Bubniak/AEN
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Após anos de restruturação de um dos segmento mais afetados, mundialmente, pela pandemia da Covid-19, o setor de turismo se reergueu neste ano e apresenta de alta de 8,4% na média nacional, conforme dados do primeiro semestre de 2023. Com a chegada da temporada de férias e fim de ano, a expectativa é que o balanço anual feche com números ainda mais positivos.

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Entre os destaques estaduais está o Paraná, que apresenta o segundo maior crescimento em todo o país, com avanço de 13,6%, segundo os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Uma das causas do ano de sucesso foi a atenção voltada ao segmento de turismo náutico, movimento que se justifica pelos números: 71.132 embarcações são registradas no estado, que desponta como nova potência do mercado náutico brasileiro.

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São Paulo lidera o ranking no país com mais de 380 mil usuários da cadeia náutica de lazer, segundo o Ministério do Turismo. Apesar da posição de destaque, a coordenadora de Gestão e Sustentabilidade da Secretaria de Turismo do Paraná, Anna Vargas, enxerga espaço para melhora, em especial na contribuição do turismo local em relação ao Brasil

"O Paraná é um estado de extrema relevância para o turismo nacional como um todo, mas o turismo náutico empreende uma força ainda maior, visto o número de rios com relevância para o desenvolvimento da atividade turística. No entanto, acredito que ainda estamos aquém do nosso potencial. Existe espaço para crescimento e precisamos trabalhar para que isso ocorra", afirma.

Para a coordenadora, mesmo que se mostre incipiente em algumas regiões, o turismo náutico se destaca de forma mais consolidada em determinados rios. Seja por proporcionar passeios turísticos de barco, pescas esportivas, ou mesmo pela promessa de se transformarem em paraísos náuticos.

"Os municípios de Ribeirão Claro e Carlópolis são banhados pela represa de Xavantes e fazem parte do projeto "Angra Doce", que pretende transformar a represa em um paraíso náutico completo e estruturado. A represa Xavantes é cercada de colinas, com muito verde, prainhas, uma quantidade espantosa de ilhas e nas partes mais estreitas, paredões de rocha que formam quase cânions, que despenca cachoeiras diretamente na represa. Temos ainda o Rio Ivaí, que nasce nas cachoeiras no município de Prudentópolis, na região centro-sul do estado do Paraná e já possui a pesca esportiva, esporte náutico e camping consolidados", detalha.

Turismo náutico movimenta o PIB paranaense

De acordo com a Secretaria de Turismo, em 2022, o segmento foi responsável por movimentar entre 3% a 5% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado. Para 2023, a previsão é de superar a movimentação financeira que o turismo em relação ao ano anterior.

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As políticas públicas também podem impulsionar o setor no Paraná, estado que acaba de lançar o Fomento Turismo, Pesca e Náutica, que tem o intuito de fortalecer empreendimentos voltados ao turismo náutico e pesqueiro, com a utilização de recursos do Fungetur/Ministério do Turismo e Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE).

Uma das linhas de crédito reserva até R$ 500 mil para investimentos fixos e aquisição de bens. A contemplação do benefício se estende às empresas sediadas no Paraná e com atividades cadastradas no Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos (Cadastur), do Ministério do Turismo.

Para a representante da Secretaria de Turismo, Anna Vargas, é uma oportunidade do estado se posicionar entre os protagonistas do setor em nível nacional. "O espaço para expandir é enorme e o Paraná possui belezas que talvez não tenham sido descobertas, como no turismo náutico. Tenho certeza que muitas das opções são desconhecidas pelo grande público e cabe a nós fomentar e divulgar essas atrações."

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]