Rica em paisagens naturais, especialmente pelas cachoeiras em meio às florestas de araucárias, a região Sul do Paraná quer investir no potencial turístico, sobretudo fomentando o turismo rural. A intenção é atrair quem quer fugir da cidade para desfrutar da tranquilidade do campo. A região, essencialmente agrícola, tem como cidades-polo União da Vitória e Irati. Destaca-se pelos produtos típicos, em especial a erva-mate e o pinhão, que são também atrativos para impulsionar o turismo.
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É também a região 7 do programa Paraná Produtivo, liderado pela Secretaria de Estado do Planejamento. O programa busca descentralizar o desenvolvimento a partir da elaboração de planos regionais formatados com consultas às comunidades sobre as principais necessidades e potencialidades locais. Contempla 202 municípios, em oito regiões, que ainda não têm planos de desenvolvimento em curso.
Formada por 18 pequenos municípios, a região tem quase 40% da população vivendo no campo e tirando o sustento da agricultura. “A maior parte da produção ainda é primária. A cadeia produtiva mais estruturada é a da erva-mate”, informa Rodrigo Solda, coordenador executivo do Paraná Produtivo na região.
Segundo ele, “dentro do Paraná Produtivo projeta-se incrementar a agroindustrialização, com a transformação de produtos típicos, o que também pode ser um chamariz a mais para desenvolver o turismo na região”.
Estradas de acesso são o principal gargalo
Antes disso, no entanto, a região precisa vencer o gargalo de infraestrutura, especialmente a precariedade de estradas. “Os arranjos produtivos aqui acontecem mais no meio rural e as estradas são um obstáculo que enfrentamos. Impulsionar a agricultura e a agroindústria familiar, bem como o turismo, depende de acesso”, pontua Solda.
“A falta de estradas adequadas aumenta as distâncias”, observa. Segundo ele, a expectativa agora, por meio do programa Paraná Produtivo, é levar esta demanda aos setores competentes para que o desenvolvimento aconteça de forma uniforme, padronizada e sustentável nos municípios da região, o que inclui União da Vitória e Irati.
Diversidade de etnias e riqueza cultural
A região é marcada por uma grande diversidade e riqueza culturais por conta do grande número de descendentes de ucranianos, poloneses, italianos, alemães, portugueses, eslavos e russos. Uma das referências é o município de Prudentópolis, considerada “a cidade mais ucraniana do Brasil”. Além das tradições mantidas por seu povo e dos produtos típicos, o município tem muitas cachoeiras, que chamam a atenção de quem visita o local.
Outros municípios da região, Antônio Olinto e Mallet, se destacam pela religiosidade e pelas igrejas, também atrativos que podem impulsionar o turismo religioso.
Parte dos municípios da região 7 do Paraná Produtivo já integram a região turística denominada “Terra dos Pinheirais”, caracterizada pelas florestas de Araucária. São eles Irati, Fernandes Pinheiro, Imbituva, Prudentópolis, Inácio Martins, Rio Azul, Teixeira Soares, Rebouças, Mallet e Guamiranga.
“Nossa região tem muita produção da agricultura familiar, mas os produtores precisam de atualização, de conhecimento e de direcionamento do poder público”, defende Franciani Fernandes Galvão Mulina, superintendente de Cultura e Educação da Agência de Desenvolvimento das regiões Centro-Sul do Paraná (Adecsul), que participou das oficinas do Paraná Produtivo e apoiou a elaboração do plano de desenvolvimento regional.
Segundo ela, é fundamental também o apoio na comercialização da produção e no desenvolvimento do potencial turístico. “É preciso direcionar para as oportunidades”, reforça.
Maria Salette de Melo, da Associação dos Municípios do Sul Paranaense (Amsulpar), destaca que “é bem importante essa integração entre os municípios da região”. Ela conta que participou das várias oficinas realizadas pelo Paraná Produtivo ao longo de 2021. “Foram fundamentais para levantar as reais necessidades de todos os municípios e agora buscar a integração de todos”, diz. “Precisamos de políticas públicas, especialmente que contemplar melhorias de estradas, logística de transporte e mobilidade urbana. Essas são algumas das nossas principais necessidades para desenvolver o potencial que temos na produção rural, nas agroindústrias e no turismo”, destaca.
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