A Positivo Tecnologia entregou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta semana sua nova proposta para a fabricação de 180 mil urnas eletrônicas, a serem usadas já nas próxima eleição, em outubro deste ano. A empresa curitibana disputa a licitação milionária com a Smartmatic do Brasil, que se uniu à atual fornecedora do Tribunal. Segundo o TSE, a estimativa do contrato é de R$ 696.494.720,17.
A concorrência foi aberta ainda em julho de 2019, mas se arrastou pelo fato de ambas as empresas não terem cumprido especificações técnicas do edital na primeira versão de seus protótipos. Graças a um recurso, as concorrentes conseguiram direito a apresentar novas propostas, que serão avaliadas até a próxima segunda-feira (27).
O contrato prevê o desenvolvimento do hardware e software das urnas, fornecimento de suprimentos, certificados e documentação. Em setembro de 2019, o secretário de Tecnologia da Informação (STI) do Tribunal, Giuseppe Janino, afirmou que esta licitação é da modalidade técnica-preço, que não leva em conta apenas a proposta mais barata, mas, sim, a combinação de valor e qualidade do produto.
De acordo com o TSE, seu parque tecnológico tem 470 mil urnas eletrônicas e esses novos equipamentos seriam usados principalmente para substituir as de modelo 2006 e 2008, já obsoletas – são 83 mil unidades nesta modalidade. As urnas são projetadas para durar cerca de 10 anos.
Além disso, o Tribunal destaca a necessidade de novos equipamentos já para a eleição deste ano. Segundo números oficiais, pelo crescimento demográfico, serão criadas perto de 20 mil novas seções eleitorais.
A Positivo Tecnologia disse à reportagem que estava em “período de silêncio” e não poderia comentar o assunto.
Concorrente tem histórico de fornecimento
A Smartmatic, empresa com sede em Londres e concorrente da Positivo Tecnologia nesta licitação, tem histórico no ramo de equipamentos para eleições. É mais famosa por montar o sistema de votação na Venezuela entre 2004 e 2017, durante os governos de Hugo Chávez e Nicolás Maduro.
Recentemente, se uniu à norte-americana Diebold, que é fabricante de vários lotes de urnas brasileiras desde 1996. A informação está em documentos entregues ao TSE.
Sem ligação com senador
Embora faça parte do Grupo Positivo, fundado pelo senador Oriovisto Guimarães (Podemos), a Positivo Tecnologia já não tem ligação direta com o político. Guimarães transferiu sua participação na companhia em 2010 e, em 2012, deixou a gestão do grupo. A Positivo Tecnologia, fundada em 1988, é hoje um grupo de capital aberto, embora o controle acionário ainda esteja na mão de cinco famílias.
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