O estado do Paraná é o que tem, proporcionalmente, as rodovias em melhores condições na Região Sul do Brasil. A conclusão é da Pesquisa CNT de Rodovias 2024, realizada pela Confederação Nacional do Transporte. Segundo o levantamento, as estradas em território paranaense consideradas em bom ou ótimo estado representam 37,5% do total, mais do que nos estados de Santa Catarina (31%) e Rio Grande do Sul (24,4%) e acima da média da região, que foi de 30,1%.
Para chegar aos resultados, a CNT avaliou três itens principais da malha rodoviária brasileira: pavimento, sinalização e geometria. O primeiro leva em conta a cobertura asfáltica e a presença de buracos na pista, entre outros fatores. O segundo avalia a presença de placas e sinalização adequada nas estradas. O terceiro, por sua vez, contempla o desenho do trajeto em si, a quantidade de pistas duplas ou triplas e a velocidade máxima permitida na rodovia a partir das condições de trafegabilidade.
Pesquisa mostra deterioração das estradas do Paraná nos três anos sem concessões
O resultado pode até ser animador, mas reflete de forma inequívoca os prejuízos trazidos pelo período em que o estado ficou sem as concessões de rodovias. Os antigos contratos se encerraram em 2021, e apenas em 2024 as concessionárias voltaram a operar nos lotes 1 e 2. Neste mês de dezembro, a CCR e a EPR arremataram os lotes 3 e 6 na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3.
Em 2021, antes das rodovias no Paraná deixarem de ser pedagiadas, o levantamento da CNT mostrava que as estradas consideradas em boas ou ótimas condições eram 44,2% da malha pesquisada. O índice atual caiu para 37,5%. A maior queda foi nas rodovias consideradas como ótimas, que caíram pela metade, de 12,5% em 2021 para 6,3% em 2024.
As estradas ruins, que eram 14,9% da malha pesquisada pela CNT em 2021, subiu para 20% no estudo mais recente. Houve aumento também nas piores estradas, com as rodovias em péssimo estado subindo de 1,9% para 2,8% em três anos.
Rodovias concedidas são mais bem avaliadas no Paraná, diz pesquisa
Na pesquisa mais recente, os resultados reforçam a percepção de melhores condições nas pistas administradas pelas empresas privadas. Nas rodovias concedidas nos lotes 1 e 2, a condição geral das rodovias é considerada boa ou ótima em 51,9% do total. As estradas administradas pelo estado com esta avaliação não passam de 33,5%.
Na outra ponta da tabela, não há registros de rodovias concedidas em péssimas condições, estando 10,4% delas classificadas como ruins. Nas estradas geridas pelo poder público, as vias em condições ruins ou péssimas somam 26,4%, mais de um a cada quatro quilômetros de estradas.
Veja as melhores e as piores rodovias no Paraná de acordo com a Pesquisa CNT
Como critério para definir as melhores e as piores rodovias, a Gazeta do Povo optou por listar rodovias com mais de 100 quilômetros de extensão entre aquelas avaliadas de ótimas a péssimas em suas condições gerais, conforme avaliação da CNT.
Veja quais são as melhores rodovias do Paraná, segundo o ranking da Pesquisa CNT:
- BR-277, com 773 km de extensão, bom estado, de Foz do Iguaçu a Paranaguá
- BR-376, com 697 km de extensão, bom estado, do Noroeste à divisa com Santa Catarina
- BR-116, com 243 km de extensão, bom estado, ligando as divisas de São Paulo a Santa Catarina
- PR-151, com 144 km de extensão, bom estado, no Campos Gerais
- BR-272, com 135 km de extensão, bom estado, no Oeste do estado
Entre as melhores colocadas, os destaques positivos ficam por conta do pavimento e da sinalização. Em alguns casos, como na BR-277, o resultado poderia ser melhor se não fosse a avaliação da geometria da via como regular.
Na pesquisa da CNT, seis rodovias no Paraná foram consideradas ruins pelo levantamento. Elas apresentam problemas principalmente no pavimento e na geometria da via.
Veja quais são as piores rodovias do Paraná, segundo o ranking:
- BR-280, com 136 km de extensão, ruim, no Sudoeste e Sul do estado
- PR-495, com 79 km de extensão, ruim, no Oeste do estado
- PR-182, com 32 km de extensão, ruim, no Noroeste do estado
- PR-410, com 31 km de extensão, ruim, Estrada da Graciosa
- PR-281, com 16 km de extensão, ruim, no Sudoeste do estado
- PR-411, com 13 km de extensão, ruim, no Litoral do estado
Entre as piores colocadas, ganham destaque as péssimas condições do asfalto na PR-280 e avaliações similares na geometria das rodovias PR-281, PR-495 e PR-410.
Recuperação total das rodovias no paraná custaria R$ 6,8 bi, diz CNT
Para deixar toda a malha rodoviária do Paraná nas melhores condições possíveis, a CNT estima que seriam necessários R$ 6,8 bilhões. A maior parte, R$ 5,4 bilhões, deveria ser empregada em obras de restauração, R$ 5,3 bilhões, com apenas R$ 67 milhões em obras de reconstrução. Este é um indicativo de que mesmo as estradas em piores condições não precisam ser inteiramente refeitas, de acordo com a CNT.
Na condição atual, as estradas do Paraná têm potencial de gerar um prejuízo financeiro estimado em R$ 389,4 milhões ao setor de transporte de cargas e passageiros, conforme a estimativa da pesquisa. A falta de boas coberturas asfálticas e sinalização eficiente está gerando um aumento nos custos do setor de 35%, nas contas da CNT.
“A maior oneração aos transportadores reduz a rentabilidade das empresas, o que pode representar um desincentivo econômico à atividade. Além disso, o aumento de custos pode ser repassado para o preço das cargas e das passagens rodoviárias, representando um maior custo tanto para as empresas quanto para as famílias, o que prejudica a sociedade como um todo, avalia o estudo.
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