• Carregando...
Copel segue etapas antes da efetiva privatização da empresa, que deve acontecer na B3
Copel privatizada espera liderar transformações no setor e ficar ainda mais competitiva| Foto: Daniel Cavalheiro/Copel

A principal estatal paranaense há mais de seis décadas caminha para consolidar o planejamento de transformação da estrutura da companhia em uma corporação privada. Com a venda de quase 550 milhões de ações na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, com leilão previsto para o próximo mês, a Companhia Paranaense de Energia (Copel) se tornará uma corporação de capital disperso e sem acionista controlador.

Receba as principais notícias do Paraná pelo WhatsApp

A Copel é uma das últimas três empresas de energia estatais do país, restando apenas as companhias em Minas Gerais e Santa Catarina. Assim, a aposta de modernização vem por meio da capitalização na Bolsa de Valores, seguindo um modelo de negócio adotado durante a desestatização da Vale e da Embraer.

A maior empresa do Paraná, com 68 anos de atuação, está presente em 10 estados brasileiros e possui reputação e credibilidade no mercado com abertura de capital ainda na década de 1990 nas bolsas de São Paulo e Nova Iorque. Com a solidez da tradição, a nova corporação pretende arrecadar até R$ 5 bilhões no processo de privatização, para se tornar ainda mais competitiva no setor com investimentos e expansão dos serviços entregues com qualidade aos clientes.

Entre as principais características da Copel privatizada está a true corporation. Ou seja, a empresa não tem outro controlador e limita em 10% a participação de acionistas com direito a voto. Por outro lado, o Governo do Estado seguirá com o “poder de veto” com o objetivo de assegurar investimentos mínimos para garantir a qualidade do serviço prestado aos paranaenses. A Copel também confirmou a manutenção do nome e da sede no Paraná, além de um acordo coletivo aprovado por 64% dos funcionários com direitos trabalhistas garantidos.

A companhia ressalta que o modelo de corporação tira a influência política sobre cargos e posiciona a Copel privatizada na liderança para crescimento e transformação do setor nos próximos anos “sem as amarras de uma estatal”, de acordo com a apresentação do modelo de negócio da Copel. Mesmo assim, o Estado do Paraná continua sendo o acionista mais relevante e receberá dividendos, sem controle da empresa, que será disperso.

Investimentos mantidos e conta de energia sem alteração, confirma Copel 

A transformação para o novo modelo de negócio será realizada com a oferta pública de ações no mercado de capitais, anunciada nesta quarta-feira (25) pela Copel. A previsão de arrecadação com a venda das ações do Estado é de aproximadamente R$ 3 bilhões. Além disso, o dispositivo “golden share” garante a prioridade nos investimentos na Copel Distribuição e Infraestrutura de Energia no Paraná.

Os recursos serão investidos em áreas estruturantes nas áreas de educação, habitação e cidades, cada um desses com aplicação de cerca de R$ 500 milhões. A área de meio ambiente deve ser contemplada com R$ 100 milhões e quase metade do montante arrecadado, R$ 1,4 bilhões, vai para a infraestrutura estadual para atendimento do cronograma do Banco de Projetos.

A Copel ainda esclareceu que não haverá mudança na formação da tarifa, pois a regulação é federal e segue da mesma maneira, feita pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Corporação vai manter 100% das Usinas de Geração

O modelo corporation também vai garantir a manutenção de 100% das Usinas de Geração, Foz do Areia, Segredo e Caxias, que juntas são equivalentes a 60% da capacidade da Copel. A autorização para antecipação das renovações dessas concessões e a definição sobre o pagamento da outorga calculada em R$ 3,72 bilhões podem marcar os últimos passos antes da chegada final ao leilão da Bolsa de Valores.

A concessão de Foz de Areia venceria em 2024, mas em negociação com o Ministério de Minas e Energia, a Copel solicitou a antecipação, propondo o pagamento de um bônus. A antecipação permite que a usina continue sob controle da Copel, mesmo após a privatização.

O assunto voltará à pauta do Tribunal de Contas da União (TCU), no começo de agosto, quando vence o prazo de 30 dias do pedido de vista do ministro Vital do Rêgo, e foi lembrado como condicionante pela própria Copel no último “fato relevante”, comunicado ao mercado que anunciou a oferta pública das ações.

“O procedimento de Bookbuilding não será concluído sem que haja a manifestação do Tribunal de Contas da União acerca do bônus de outorga a ser pago para renovação de determinadas concessões”, pondera a companhia.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]