Juntos, os 16 candidatos que participaram da disputa à prefeitura de Curitiba no mês passado conseguiram uma receita de quase R$ 20 milhões (R$ 19.702.546,26) para suas campanhas eleitorais. Cerca de um quarto do valor foi registrado somente pela campanha do candidato do PSL, Fernando Francischini, que informou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter obtido uma receita de mais de R$ 5 milhões (R$ 5.306.084,33). Francischini ficou em terceiro lugar na corrida: fez 52.340 votos, o equivalente a 6,26% do total de votos.
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O levantamento da Gazeta do Povo levou em consideração os valores registrados no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até as 19 horas desta quarta-feira (16). O prazo para os candidatos prestarem contas das suas campanhas terminou na terça-feira (15).
Quase a totalidade da receita de Francischini vem do Fundo Especial e do Fundo Partidário do PSL - R$ 5.277.454,33 (R$ 50 mil são do Fundo Especial do PSDB, legenda que integrou a chapa). Mas, embora Francischini tenha registrado mais de R$ 5 milhões de arrecadação, ele informou ter tido uma despesa de quase R$ 3,7 milhões (R$ 3.692.637,56). Entre os gastos, está um repasse de mais de R$ 70 mil para a campanha da sua esposa, Flávia Francishini (PSL), eleita vereadora de Curitiba.
O gasto do candidato do PSL foi semelhante ao do candidato do DEM, Rafael Greca, eleito para mais quatro anos com 499.821 votos. Greca registrou uma despesa de R$ 3,6 milhões (R$ 3.653.423,25). A receita do prefeito reeleito foi de R$ 3,7 milhões (R$ 3.791.400,00) – a maior parte do valor foi repasse do Fundo Especial do DEM. Mas também há R$ 103 mil do Fundo Especial do PTB, sigla que integrou a aliança.
Além disso, duas doações de pessoas físicas ao DEM também foram ao final transferidas para a campanha de Greca: R$ 750 mil doados por Wilson de Almeida Junior e R$ 150 mil doados por Ricardo Valadares Contijo. Ambos são empresários da área da construção civil. Almeida Junior integra o Conselho de Administração da Pacaembu Construtora e Gontijo é presidente da Direcional Engenharia.
Segundo lugar na corrida com 110.977 votos, Goura (PDT) registrou uma receita de R$ 1,3 milhão (R$ 1.313.472,14) e uma despesa de pouco menos de R$ 1 milhão (R$ 996.578,07). A maior parte da receita (R$ 1.258.994,00) vem do Fundo Especial e do Fundo Partidário do PDT. Também há uma doação de R$ 2 mil do ex-prefeito de Curitiba e deputado federal Gustavo Fruet (PDT), que desistiu da disputa às vésperas das convenções. Goura também utilizou financiamento coletivo, obtendo R$ 52.382,06.
Além de Goura, outros cinco candidatos também registraram receitas via “vaquinha virtual”: caso de Dr. João Guilherme (R$ 5.573,05), Letícia Lanz (R$ 2.019,00), Paulo Opuszka (R$ 350,00), Eloy Casagrande (R$ 300,00) e Professora Samara (R$ 230,00).
Entre os candidatos, apenas um saiu com dívida: Paulo Opuszka (PT) registrou uma despesa (R$ 1.007.393,23) superior à receita (R$ 834.350,00). Outros três não declararam nenhuma despesa, Camila Lanes (PCdoB), Diogo Furtado (PCO) e Eloy Casagrande (REDE).
A Gazeta do Povo procurou as campanhas dos três políticos nesta quarta-feira (16). A campanha da candidata do PCdoB explicou que a prestação de contas está atrasada, devido a problemas de saúde na equipe. Diogo Furtado confirmou que de fato não houve registro de despesa: “Centralizamos todo gasto financeiro. Toda campanha foi a nível nacional”, explicou ele. Já a campanha do candidato da REDE informou, sem dar detalhes, que a prestação de contas foi realizada no prazo e que “as despesas foram lançadas juntas”.
Candidato do Novo doou mais de R$ 1 milhão para a própria campanha
Contrário à utilização do Fundo Especial, o candidato do Novo, Dr. João Guilherme, acabou sendo o principal doador da sua campanha. Ele tirou do bolso mais de R$ 1 milhão (R$ 1.172.000,00), registrando uma receita total de cerca de R$ 1,5 milhão (R$ 1.541.633,38). Ao se inscrever na disputa eleitoral, João Guilherme informou ter um patrimônio de mais de R$ 13 milhões.
Outros quatro candidatos também tiraram dinheiro do bolso para engordar a receita geral da campanha: Christiane Yared (R$ 41.200,00), Eloy Casagrande (R$ 100,00), Professor Mocellin (R$ 5.001,28) e Zé Boni (R$ 4.400,00).
Confira os valores das receitas e despesas registradas pelos candidatos à prefeitura de Curitiba no pleito de 2020:
- Camila Lanes (PCdoB)
- Receita: R$ 149.301,66
- Despesa: Nenhuma despesa lançada
- Carol Arns (PODE)
- Receita: R$ 1.627.500,00
- Despesa: R$ 997.502,99
- Christiane Yared (PL)
- Receita: R$ 3.041.200,00
- Despesa: R$ 2.917.070,39
- Diogo Furtado (PCO)
- Receita: R$ 1.000,00
- Despesa: Nenhuma despesa lançada
- Dr João Guilherme (NOVO)
- Receita: R$ 1.541.633,38
- Despesa: R$ 1.483.045,72
- Eloy Casagrande (REDE)
- Receita: R$ 60.968,54
- Despesa: Nenhuma despesa lançada
- Fernando Francischini (PSL)
- Receita: R$ 5.306.084,33
- Despesa: R$ 3.692.637,56
- Goura (PDT)
- Receita: R$ 1.313.472,14
- Despesa: R$ 996.578,07
- João Arruda (MDB)
- Receita: R$ 1.558.750,19
- Despesa: R$ 1.504.117,87
- Letícia Lanz (Psol)
- Receita: R$ 64.651,78
- Despesa: R$ 24.918,71
- Marisa Lobo (Avante)
- Receita: R$ 342.550,08
- Despesa: R$ 61.464,94
- Paulo Opuszka (PT)
- Receita: R$ 834.350,00
- Despesa: R$ 1.007.393,23
- Professora Samara (PSTU)
- Receita: R$ 12.380,00
- Despesa: R$ 9.947,40
- Professor Mocellin (PV)
- Receita: R$ 50.566,16
- Despesa: R$ 46.001,28
- Rafael Greca (DEM)
- Receita: R$ 3.791.400,00
- Despesa: R$ 3.653.423,25
- Zé Boni (PTC)
- Receita: R$ 6.738,00
- Despesa: R$ 6.736,50
- Fonte: TSE.
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